Al-Qaeda e redes extremistas estão perdendo força, diz Obama

Às vésperas do 8.º aniversário da guerra no Afeganistão, presidente avalia no Congresso opções para conflito

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Por Efe
Atualização:

O presidente americano, Barack Obama, destacou nesta terça-feira, 6, os progressos de seu país na luta contra a organização terrorista Al-Qaeda, que "está perdendo capacidade operacional", e outras redes extremistas no mundo. Obama se reuniu nesta terça em particular com cerca de 30 líderes democratas e republicanos do Congresso para avaliar as opções no Afeganistão, na que será uma de suas decisões mais importantes como comandante-em-chefe. O presidente conversou por mais de uma hora com membros dos comitês legislativos com jurisdição em temas de defesa e política externa e que são chave para a conjuntura que os EUA enfrentam na guerra no Afeganistão, que na quarta-feira completa oito anos.

 

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Obama disse que a Al-Qaeda continua sendo a "principal ameaça" para o país e Estados Unidos têm que continuar seus esforços para combater o extremismo no mundo, do Paquistão até o leste da África e o Sudeste Asiático, assim como na Europa e no Golfo Pérsico. Mas, "graças a vocês e todas as organizações que representam, estamos realizando verdadeiros progressos em nossa missão de transtornar, desmantelar e derrotar a Al-Qaeda e outras redes extremistas no mundo", afirmou o presidente às agências do governo americano.

 

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 O chefe de Estado avaliou as operações desenvolvidas pelos EUA e seus aliados nos "últimos meses e dias", e destacou concretamente a recente detenção em Nova York de Najibullah Zazi, um americano de 24 anos que, segundo as autoridades, tinha sido treinado pela Al-Qaeda no Paquistão para cometer um ataque em território dos Estados Unidos.

 

O presidente destacou os esforços que estão sendo realizados com outros países aliados para compartilhar inteligência e outras capacidades, com o objetivo comum de acabar com a Al-Qaeda. No último ano, segundo as autoridades, as forças americanas capturaram ou eliminaram 11 dos 20 membros da Al-Qaeda mais procurados na fronteira entre Afeganistão e Paquistão, o que prejudicou a capacidade de atuação da organização terrorista.

 

"Ninguém pode prometer que não nunca vai haver outro ataque nos Estados Unidos", disse o presidente, lembrando os atentados de 11 de setembro de 2001, e se comprometeu a colocar as ferramentas necessárias para acabar com essa ameaça.

 

Em declarações aos jornalistas ao sair do encontro, tanto democratas quanto republicanos de ambas as câmaras do Congresso disseram confiar em que Obama tomará a decisão correta, mas deixaramclaro que há uma "diversidade de opiniões" em torno de qual seria a estratégia a ser seguida. "Está claro que o presidente se encaminha na direção correta, (elaborar) uma estratégia antes de (pedir) recursos", disse o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid.

 

Rejeição à guerra

 

Sobre a crescente insatisfação popular com a guerra no Afeganistão, o senador republicano e ex-candidato presidencial John McCain considerou que, no final, a opinião pública apoiaria a ampliação do conflito "se fosse bem explicado". "O tempo não está a favor", advertiu McCain, firme partidário do envio de mais tropas e para quem os conselhos dos generais David Petraeus e Stanley McChrystal devem ter "grande peso."

 

Nesse sentido, McCain considerou que a análise de McChrystal sobre a situação atual "não só é o correto, mas deve ser aplicada o mais breve possível". O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, mencionou que um número significativo de líderes da oposição apoiaria Obama se sua estratégia contar com a aprovação dos comandantes na região.

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O encontro, o primeiro do qual participam líderes da oposição, aconteceu no momento em que o Congresso analisa uma lei de despesas em defesa para o ano fiscal em andamento, mas enfrenta grandes rachas a respeito do envio de mais tropas ao Afeganistão. Atualmente, os Estados Unidos contam com cerca de 68 mil soldados no Afeganistão, incluindo os 21 mil autorizados por Obama no começo do ano.

 

Em 27 de março, Obama disse, em discurso, que sua meta era desmantelar e destruir a Al-Qaeda, mas a Casa Branca sustenta agora que, embora a retirada não seja uma opção, o líder não tomará uma decisão apressada. Obama "tomará uma decisão, seja ou não popular, com base no que acredita que está nos melhores interesses para o país", disse, em entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, ao garantir também que sua estratégia não dependerá de partidários ou críticos.

 

Nas próximas semanas, Obama terá que decidir se opta por continuar a luta contra os insurgentes, concentrar os esforços em operações de inteligência ou elaborar uma estratégia "híbrida", segundo observadores.

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