Assange quis liberar todos os documentos em poder do WikiLeaks

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Por MARK HOSENBALL
Atualização:

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse no final do ano passado a seus colaboradores que todo o acervo de documentos diplomáticos dos Estados Unidos em poder do site "deve de alguma forma" ser divulgado, segundo um registro por escrito da discussão. Essas anotações descrevem uma tensa conversa entre Assange e outros ativistas do WikiLeaks ocorrida em novembro em Ellingham Hall, uma mansão no leste da Inglaterra onde ele reside desde que foi colocado pela Justiça britânica em liberdade condicional, enquanto aguarda a tramitação de um pedido de extradição feito pela Suécia devido a acusações de crimes sexuais. Segundo as anotações, às quais a Reuters teve acesso, o teor da reunião foi "uma acalorada conversa sobre planos preliminares para a divulgação dos telegramas." Os detalhes desse diálogo foram noticiados inicialmente nesta sexta-feira no site do jornal britânico Guardian por James Ball, ex-funcionário do WikiLeaks que participou da reunião e agora trabalha no Guardian. Essa revelação surge no momento em que o WikiLeaks anuncia que está liberando todo o seu acervo de "251.287 telegramas de embaixadas dos EUA em formato apto para buscas." Pessoas que examinaram esses documentos disseram que seu conteúdo não foi editado. Na discussão em Ellingham Hall, aventou-se a hipótese de o WikiLeaks ceder todo o seu acervo a grandes veículos de comunicação, com a condição de que estes retirassem informações estratégicas antes da publicação. No ano passado, entidades de direitos humanos criticaram o WikiLeaks pela divulgação na íntegra de documentos militares dos EUA que continham informações que poderiam colocar em risco a segurança de civis.

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