BP luta para conter vazamento de petróleo no sul dos EUA

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Por MATTHEW BIGG
Atualização:

A empresa britânica BP continua tentando conter o vazamento em um poço petrolífero submarino na costa sul dos EUA, um acidente que voltou a derrubar o valor das ações da companhia na terça-feira. Pressionada pelo governo norte-americano a limitar os danos, a BP disse que usará uma gigantesca estrutura metálica em forma de funil para tentar recolher o petróleo, e que oferecerá milhões de dólares para projetos de recuperação em Estados afetados pelo vazamento. Por causa do acidente, as ações da BP tiveram queda de 4,7. A queda foi bem mais acentuada do que o 1,5 por cento registrado no índice Stoxx Europe 600, que reúne empresas de gás e petróleo. As ações da BP já se desvalorizaram 17 por cento nas últimas duas semanas, desde que a empresa anunciou um incêndio na plataforma de perfuração marítima Deepwater Horizon, que subsequentemente afundou, causando um enorme vazamento no poço abaixo dela. A cotação do petróleo bruto nos EUA também teve queda superior a 1 dólar, chegando a 85 dólares por barril. Depois de atingir o maior valor em 19 dólares, o mercado agora reage a um possível aumento nos estoques de petróleo e combustível nos EUA, e à valorização do dólar em relação a outras moedas. Fontes do mercado dizem que o petróleo havia subido devido ao temor de que a mancha no golfo do México afetasse o fornecimento do produto nos Estados Unidos. O acidente, que pode causar um desastre ambiental e econômico na costa sul dos EUA, acirra o debate sobre como equilibrar as necessidades energéticas do país com os cuidados ao meio ambiente e a setores que dele dependem, como a pesca. Por causa desse episódio, o governo do presidente norte-americano Barack Obama deve rever sua proposta de autorizar novas atividades de prospecção petrolífera no golfo do México, o que seria uma concessão aos republicanos para a aprovação de uma nova lei energética. Citando o acidente no golfo do México, o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, retirou o apoio à exploração de petróleo na costa do seu Estado, o que antes ele dizia que poderia contribuir com as finanças californianas, assoladas por um déficit orçamentário de 20 bilhões de dólares neste ano. A mancha no sul dos EUA tem pelo mais de 200 por 110 quilômetros, e ameaça a navegação, a vida selvagem, as praias e a pesca na região. (Reportagem adicional de Kelli Dugan em Mobile, Chris Baltimore, Anna Driver e Kristen Hays em Houston; Matt Daily e Tom Bergin em Londres, Pascal Fletcher em Miami, Jeremy Pelofsky em Londres)

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