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Câmara dos EUA aprova reforma da saúde

Reforma deve ampliar em 32 milhões o número de americanos com cobertura de saúde

Por BBC Brasil
Atualização:

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na noite deste domingo, por 219 votos a favor e 212 contra, o projeto de reforma do sistema de saúde, principal bandeira da política doméstica do presidente Barack Obama.

 

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O placar final superou em apenas três o mínimo de 216 votos necessário para a aprovação do projeto e foi obtido depois de dias de negociações para tentar convencer democratas indecisos a apoiar a reforma. Nenhum republicano votou a favor da proposta.

 

A reforma deverá ampliar em 32 milhões o número de americanos com cobertura de saúde. O projeto agora aguarda sanção presidencial.

 

Os deputados também aprovaram, por 220 votos a favor e 211 contra, um pacote mudanças na proposta, que ainda deve ser votado e aprovado pelo Senado antes que possa entrar em vigor.

 

Vitória

"Nós provamos que este governo, um governo do povo e para o povo, ainda é capaz de trabalhar pelo povo", disse Obama em um breve pronunciamento após a votação.

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Segundo analistas, a aprovação da reforma é a principal vitória da Presidência de Obama até o momento, e ocorre depois de meses de discussões no Congresso.

 

A votação era vista por analistas como um teste para a liderança de Obama.

Na última semana, o presidente cancelou uma viagem internacional para permanecer em Washington durante o fim de semana e se empenhar ao lado de líderes democratas na busca do apoio necessário à aprovação do projeto.

 

Até o início dos debates nesta rara sessão de domingo, ainda havia dúvidas sobre se os democratas conseguiriam o número mínimo de 216 votos necessários para a aprovação.

 

Os republicanos são contra o projeto e afirmam, entre outras críticas, que a reforma vai custar muito e vai aumentar o tamanho do Estado e dar ao governo um controle excessivo sobre o sistema de saúde.

 

O projeto também encontrou vários opositores dentro do Partido Democrata.

Votação

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No entanto, na tarde de domingo a Casa Branca anunciou que, logo após a aprovação da proposta, o presidente Obama iria emitir uma ordem executiva garantindo que verbas federais não poderão ser usadas para abortos.

 

Esse acordo garantiu o apoio de um grupo de democratas que se opunham ao projeto por temor de que dinheiro federal acabasse financiando abortos.

 

No momento da votação, quando o placar chegou aos 216 votos a favor, os democratas se abraçaram aos gritos de "Sim, nós podemos" - o slogan da campanha presidencial de Obama.

 

O projeto aprovado pela Câmara neste domingo é a mesma versão que o Senado aprovou em dezembro do ano passado.

No entanto, como muitos deputados democratas são contra alguns pontos dessa versão, a Câmara também aprovou, em uma votação separada, um pacote de medidas de ajuste no projeto.

 

Esse pacote de mudanças deverá ser submetido a votação no Senado, em um procedimento chamado de reconciliação, que permite sua aprovação por maioria simples de 51 votos.

 

Divisão

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Em um ano de eleições legislativas, em que parte do Congresso será renovada, a discussão sobre a reforma da saúde foi marcada por discursos apaixonados tanto por parte dos defensores quanto dos opositores das mudanças, em um indicativo da divisão que deve marcar a campanha eleitoral.

 

Em frente ao Capitólio, centenas de manifestantes contrários ao projeto acompanharam a votação. A reforma da saúde representa a maior mudança no sistema de saúde americano desde a criação, nos anos 1960, do programa Medicare, que garante atendimento médico a pessoas com mais de 65 anos.

 

Uma estimativa divulgada na semana passada pela Comissão de Orçamento do Senado afirma que a reforma da saúde vai custar US$ 940 bilhões (cerca de R$ 1,69 trilhão) em dez anos, mas deverá reduzir o déficit do país em US$ 138 bilhões (cerca de R$ 247 bilhões) no período.

 

Além de ampliar o número de americanos cobertos, a reforma da saúde pretende tornar a assistência médica mais barata e impor regras mais rígidas às seguradoras.

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