CIA pede desculpa por espionar comitê do Senado dos EUA

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Por MARK HOSENBALL
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A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) admitiu nesta quinta-feira ter monitorado de forma imprópria computadores usados pelo Comitê de Inteligência do Senado em uma investigação sobre as táticas de interrogatório e prisões secretas para suspeitos de terrorismo da agência após os atentados de 11 de setembro de 2001. O porta-voz da CIA, Dean Boyd, afirmou em um comunicado que o inspetor-geral da agência determinou que “alguns funcionários da CIA agiram de maneira inconsistente" com um entendimento entre a agência e o comitê. Boyd disse que o diretor da CIA, John Brennan, informou a senadora Dianne Feinstein, presidente do comitê no Senado, e o senador republicano Saxby Chambliss sobre suas descobertas e se desculpou. O Comitê de Inteligência vinha investigando os excessos supostamente cometidos por agentes da CIA, que usaram métodos de interrogatório violentos, incluindo simulação de afogamento, e estabeleceram uma rede de prisões secretas no exterior. Ativistas de direitos humanos e críticos dos métodos da CIA, entre eles políticos norte-americanos, descreveram os procedimentos de interrogatório da agência como tortura. A Casa Branca deve entregar um resumo do relatório do comitê, e as respostas da CIA e dos republicanos, ao Congresso até o final desta semana. Feinstein terá que decidir se uma desculpa é o bastante ou se alguma outra ação é necessária, informou Steven Aftergood, especialista em segurança nacional da Federação de Cientistas Americanos. O senador Mark Udall, democrata do Comitê de Inteligência, disse que o relatório do inspetor-geral minou seu apoio a Brennan. “Tendo em conta desde a invasão inédita de computadores de congressistas e os vazamentos contínuos que minaram a investigação do Comitê de Inteligência do Senado sobre o programa de detenção e interrogatório da CIA até sua repugnante incapacidade de reconhecer qualquer irregularidade da agência, perdi minha confiança em John Brennan", declarou Udall em um comunicado. Autoridades familiarizados com o relatório do comitê dizem que ele conclui que o uso de interrogatórios coercivos não produziu nenhuma revelação significativa para o contraterrorismo nos anos que se seguiram aos ataques de 2001. De acordo com as autoridades, o documento informa que os agentes da CIA relataram equivocadamente ou exageraram os resultados do programa para outras agências e para o Congresso, alegando que os métodos violentos ajudaram a frustrar planos de terroristas.

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