Comissão do Senado dos EUA aprova novo tratado de armas com Rússia

Projeto que reduz arsenal nuclear dos dois países em 30% precisa agora passar pelo plenário

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Por SUSAN CORNWELL
Atualização:

A Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano aprovou por 14 votos a 4 nesta quinta-feira, 16, o novo tratado estratégico de controle armamentista do país com a Rússia, uma das prioridades da política externa do presidente Barack Obama. O projeto agora enfrenta um futuro incerto no plenário. Três republicanos da comissão votaram com a bancada democrata a favor do novo tratado Start, assinado em abril pelos presidentes Obama e Dmitri Medvedev, com o objetivo de reduzir em 30% o arsenal nuclear instalado por cada parte. Para ser aprovado no Senado, um tratado internacional precisa de pelo menos dois terços dos votos. Por isso, seria preciso que pelo menos oito republicanos votassem com o governo. Não está claro se o assunto irá a votação no Senado antes da eleição parlamentar de 2 de novembro. Mesmo assim, defensores do controle armamentista se disseram animados com o resultado de quinta. "O apoio bipartidário está crescendo, o impulso está se formando", afirmou Tom Collina, diretor de pesquisas da Associação do Controle de Armas, em Washington. Obama e seus secretários Robert Gates (Defesa) e Hillary Clinton (Estado) elogiaram o resultado na comissão e pediram pressa aos senadores na ratificação. Em nota, Obama disse que o novo tratado "é do interesse da nossa segurança nacional, (porque) reduz as forças nucleares instaladas tanto nos Estados Unidos quanto na Rússia, oferece fortes medidas de verificação, e continua a melhora das relações entre as nossas duas nações, as maiores potências de armas nucleares do mundo." Obama quer a ratificação ainda neste ano, como parte da sua iniciativa de "relançar" as relações com a Rússia e promover o desarmamento nuclear mundial. A Rússia também precisa ratificar o tratado, mas está aguardando os EUA. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o democrata John Kerry, disse que não prevê a votação antes da eleição de 2 de novembro, mas acrescentou: "Pessoalmente acredito que teremos os votos para ratificar."

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