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Crescem críticas à BP; vazamento de óleo continua nos EUA

Por ANNA DRIVER E MATTHEW BIGG
Atualização:

Raiva, ceticismo e acusações de mentira foram despejadas na sexta-feira sobre a gigante petrolífera BP, que tenta desesperadamente controlar o vazamento de petróleo em um poço do Golfo do México, que já dura um mês. Parlamentares e cientistas dos EUA acusaram a BP de tentar acobertar a dimensão do acidente, que muitos acreditam que já seja o pior desse tipo na história do país, superando o vazamento de 1989 no navio Exxon Valdez no Alasca. O petróleo que jorra no Golfo do México ameaça provocar graves prejuízos ambientais e econômicos na costa sul dos EUA. A BP, que tem sede em Londres, diz que seus engenheiros estão colaborando com cientistas dos EUA para determinar o volume real do vazamento, enquanto a empresa tenta controlar o problema com soluções incertas. A próxima tática será a de "sufocar" o poço com fluidos pesados (como lama), para depois cimentá-lo. A operação pode começar na terça-feira da semana que vem, segundo o diretor de operações da companhia, Doug Suttles. Aumentando a confusão, na sexta-feira a BP revisou para baixo a sua estimativa da véspera de que uma das soluções improvisadas - um sifão com 1.600 metros colocado na boca do vazamento - estava capturando quase 800 mil litros de petróleo por dia. Um porta-voz diz que a quantidade caiu para cerca de 350 mil litros ao longo da quinta-feira. A BP nas primeiras semanas informava que o vazamento total era da ordem de 800 mil litros por dia, mas muitos cientistas estimam que o fluxo pode superar 11 milhões de litros diários. A Guarda Costeira disse que uma comissão oficial dos EUA deve divulgar a sua estimativa a partir da semana que vem. "Está muito claro que a BP não tem dito a verdade", disse o deputado democrata Ed Markey à CNN. A BP negou qualquer acobertamento e disse que algumas estimativas do vazamento feitas por terceiros são imprecisas, mas admitiu que por enquanto não há como saber o volume exato.

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