24 de agosto de 2010 | 15h48
Porém, o general James Conway, que vai para a reserva nos próximos meses como comandante dos marines, afirmou que acredita que os fuzileiros navais não estão numa posição para se retirar do combate no sul do Afeganistão durante anos.
A avaliação excepcionalmente dura de Conway deve estimular as críticas dos republicanos à estratégia de guerra de Obama, enquanto despenca a opinião pública sobre a guerra que já dura nove anos.
"De certa forma, acreditamos agora que provavelmente isso dará apoio a nosso inimigo", disse Conway, comentando o prazo de julho de 2011.
"Na verdade, interceptamos comunicações que dizem: 'Ei, sabe, precisamos só aguentar até lá'."
Os que defendem a data de Obama para o início da retirada das forças do Afeganistão, caso as condições permitam, dizem que isso transmite um senso de urgência necessário a Cabul. Os afegãos precisam reforçar rapidamente suas forças de segurança para uma eventual transferência de poder.
Os críticos, no entanto, afirmam que a estratégia foi um tiro pela culatra, que enviou um sinal ao Taliban que os EUA se preparam para deixar a guerra ao mesmo tempo em que favorece expectativas irrealistas aos norte-americanos sobre o ritmo do progresso no Afeganistão.
Citando um de seus comandantes, Conway disse a jornalistas: "Podemos tanto perder rápido ou vencer devagar."
É certo que o cronograma de retirada será reavaliado numa revisão estratégica da Casa Branca em dezembro, convocada por Obama para dezembro último, quando anunciou o prazo de julho e um incremento de 30 mil soldados adicionais.
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