Democratas prometem pressionar por medidas de controle de armas nos EUA

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Diversos parlamentares democratas pediram um novo esforço a favor de restrições contra armas nos Estados Unidos, incluindo a proibição de armas de assalto, de estilo militar, após massacre de Connecticut, no qual 20 crianças e seis adultos foram mortos a tiros, em uma escola, na sexta-feira A senadora democrata Diane Feinstein, autora de uma proibição de armas de assalto que expirou em 2004, disse que vai dar entrada em uma nova legislação essa semana. O senador Dick Durbin, o segundo democrata mais importante da Câmara, disse que os legisladores vão fazer audiências sobre o controle de armas, e vários outros disseram que pretendem dar mais atenção a esta questão ignorada há tanto tempo. "Acho que podemos estar em um momento crucial... onde é possível que possamos fazer alguma coisa", disse no programa "Face the Nation", da CBS, Charles Schumer, outro importante senador democrata. Qualquer esforço para restringir o acesso a armas de alta potência deve enfrentar uma forte oposição de muitos republicanos no Congresso, que dizem que as restrições violam o direito de portar armas, que está na Constituição dos EUA. O controle de armas tem sido uma questão de prioridade baixa para a maioria dos políticos dos EUA, devido à popularidade das armas no país e da influência da entidade pró-armas Associação Nacional do Rifle (NRA). A maioria dos republicanos e muitos democratas, incluindo o líder da maioria do Senado, Harry Reid, são fortes aliados do grupo. Pesquisas de opinião mostram que os americanos estão divididos sobre a questão, mesmo depois de outros incidentes de tiroteios de grandes dimensões. Os legisladores dos EUA não aprovam uma nova lei importante sobre armas desde 1994. Feinstein disse que sua legislação proibiria pentes de alta-capacidade de munição e rifles de assalto de estilo militar que têm sido usados em muitos casos de tiroteios em massa, incluindo o de sexta-feira em Newton, Connecticut. As pessoas que já possuem tais armas não precisarão entregá-las, disse Feinstein. Ela disse que vai apresentar a sua proposta no Senado controlado pelos democratas em breve, e que um projeto paralelo será apresentado na Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos. O governador democrata de Connecticut e dois senadores, um democrata e outro independente, deram seu apoio à proibição de armas de assalto ou à restrições aos pentes de munição de alta capacidade. UM POVO ARMADO Um legislador republicano assinalou uma oposição permanente ao controle de armas. Ao ser perguntado no programa "Fox News Sunday" por que os americanos precisam possuir armas semi-automáticas, o representante republicano Louie Gohmert respondeu: " Bom, pelo motivo que George Washington disse: um povo livre deve ser um povo armado." "Isso o protege contra a tirania do governo, se eles sabem que o maior exército é o povo americano.", acrescentou Gohmert. "Depois que se começa a impor imites, onde devemos parar?... Leis sobre armas não funcionam." O presidente norte-americano, Barak Obama, fez campanha sobre o controle de armas em 2008, mas ele aumentou os direitos sobre armas nos seus quatro primeiros anos no cargo, assinando uma lei que permite que as pessoas portem armas em trens Amtrack e em parques nacionais. Na sexta-feira, Obama pediu emocionado que sejam tomadas "medidas significativas" para evitar novas tragédias, mas a Casa Branca se negou a dizer que medidas ele apoiará. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, um notório defensor do controle de armas, disse que Obama terá que transformar essa questão numa prioridade para conseguir que qualquer nova lei seja aprovada. "Está na hora do presidente se levantar, guiar e dizer a este país o que devemos fazer - e não ir ao Congresso e dizer: ‘O que vocês querem fazer?' Isso deveria ser a prioridade dele", disse Bloomberg no programa da NBC "Meet the Press". O governador de Connecticut, Dannel Malloy, que se reuniu com as famílias das vítimas do massacre de sexta-feira, falou sobre a necessidade de novas medidas de controle de armas."Essas são armas de assalto. Vocês não vão caçar cervos com isso. E acho que essa é a pergunta que muitos terão que resolver por si mesmos: Em que ponto devemos estabelecer os limites?", acrescentou Malloy.

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