Densidade populacional de NY complica esforços para rastrear caso de Ebola

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Por JONATHAN ALLEN E JULIE STEENHUYSEN
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Após um médico de Nova York ter testado positivo para Ebola, voltando de uma viagem onde foi voluntário na África, representantes do setor de saúde enfrentam o desafio de decidir o quão ampla seria sua possível rede de contatos na maior e mais densa cidade dos Estados Unidos. O dr. Craig Spencer, um médico atuando com casos de emergência que estava trabalhando com a organização Médicos Sem Fronteiras na Guiné, país que tem sofrido com o surto de Ebola, retornou à cidade na sexta-feira passada. Depois disso, segundo as autoridades, ele visitou um parque, fez uma refeição em um restaurante, visitou um boliche no Brooklyn, andou de metrô pelo menos três vezes e fez uma corrida de quase cinco quilômetros. Uma funcionária do setor saúde de Nova York envolvida no caso disse à Reuters que o foco será encontrar as pessoas com as quais Spencer teve contato próximo. A dra. Mary Travis Bassett, comissária de saúde da cidade, disse em uma coletiva de imprensa que Spencer só teve contato próximo com dois amigos e com a noiva, e todos parecem estar bem, mas foram colocados em quarentena. Autoridades contataram um motorista de táxi que transportou Spencer na quarta-feira, mas não consideram que ele esteja sob risco. As autoridades não assumirão a quase impossível tarefa de identificar cada um dos passageiros que andaram nos mesmos trens que Spencer, porque a chance de eles terem contraído Ebola é “quase provavelmente zero”, disse ela. O pior surto de Ebola já registrado matou pelo menos 4.877 pessoas no oeste da África desde março, e há apenas um pequeno número de infecções fora do continente. O primeiro paciente diagnosticado em solo norte-americano, um viajante liberiano chamado Thomas Duncan, chegou no fim de setembro e morreu em 8 de outubro. Duas das enfermeiras que o atenderam também adoeceram. Após esse caso, hospitais dos EUA têm estado em alerta máximo, com dezenas de casos suspeitos avaliados. Spencer foi o primeiro caso confirmado em Nova York. A cidade seguirá as orientações dadas pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA, segundo o qual o Ebola é transmitido pelo contato com fluídos corporais, como vômito ou suor, de uma pessoa com a doença. A ONG Médicos Sem Fronteiras disse ter orientações de conduta para voluntários que voltam de missões, incluindo o automonitoramento constante por sinais de doença.

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