WASHINGTON - Novos detalhes dos mais de 90 mil documentos secretos dos EUA divulgados no domingo pelo site wikileaks.org foram revelados nesta terça-feira, 27, inclusive relatórios sobre o paradeiro do líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, datados de 2006.
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Vários arquivos contêm informações sobre possíveis locais onde o terrorista está escondido, embora os EUA tenham dito que não recebem nenhuma informação relevante sobre ele "há anos". Os detalhes foram revelados no momento em que o Pentágono tenta descobrir como o material vazou.
O wikileaks.org descreve os documentos como relatórios de inteligência e da guerra do Afeganistão e diz que eles foram compilados por várias unidades militares entre 2004 e 2009.
Parte dos documentos revelam que, em agosto de 2006, um relatório da inteligência americana teria constatado que Bin Laden teria ido a uma reunião em Quetta, perto da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Segundo o material, ele e outros líderes insurgentes, como Mullah Omar, do Taleban, estariam planejando ataques terroristas.
Quase 200 relatórios dizem respeito à Força Tarefa 373, uma unidade militar especial cujo trabalho era matar ou capturar comandantes da Al-Qaeda e do Taleban. Os arquivos mostram 144 incidentes envolvendo civis afegãos, incluindo 195 mortes.
Repercussão
A Casa Branca condenou a divulgação dos documentos e disse que já está investigando os responsáveis pelo seu vazamento. O Pentágono está analisando os prejuízos que a publicação de tais informações pode trazer para as operações militares no Afeganistão. A avaliação, porém, deve levar dias ou até semanas.
O material, divulgado pelo wikileaks.org e publicado pelos jornais New York Times, The Guardian e Der Spiegel no domingo, revela detalhes minuciosos da guerra empreendida pelos EUA e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde 2001 e consiste em um dos maiores vazamentos de documentos secretos da história americana.
Os mais de 91 mil documentos relacionados revelam um grande crescimento da força da insurgência Taleban, a dificuldades das tropas internacionais em lidar com autoridades e civis locais e que as tropas do Paquistão estão ajudando os rebeldes no território afegão.