Em viagem de campanha, Obama promete combate à violência armada

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Por ALISTER BULL
Atualização:

O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu na quarta-feira cooperar com líderes de todos os matizes políticos para "chegar a um consenso" sobre como reduzir a violência armada no país, questão que entrou na atual campanha eleitoral depois do massacre da semana passada no Estado do Colorado. Encerrando uma viagem de vários dias que começou em Aurora, no Colorado, onde ele se reuniu com sobreviventes e familiares de vítimas do massacre do cinema, Obama disse a uma plateia majoritariamente afro-americana que tragédias como essas se repetem diariamente, em escala menor, nas cidades do país inteiro. "A cada dia e meio o número de jovens que perdemos para a violência é mais ou menos o mesmo número de pessoas que perdemos naquele cinema", disse Obama à Liga Nacional Urbana, entidade que promove os direitos civis e a melhoria econômica dos afro-americanos. "Vou continuar a trabalhar com membros de ambos os partidos e com grupos religiosos e com grupos cívicos para chegarmos a um consenso a respeito da redução da violência", afirmou o presidente, candidato à reeleição em novembro. Mas Obama teve o cuidado de não fazer propostas que assustem os proprietários de armas e que inflamem seus adversários republicanos. O presidente fez questão de enfatizar seu apoio à Segunda Emenda da Constituição, que abrange o direito ao porte de arma. "Reconhecemos as tradições de propriedade de armas que passaram de geração para geração, que a caça e o tiro são parte de um valorizado patrimônio nacional", disse Obama. "Mas também acredito que muitos proprietários de armas concordam que o lugar das AK-47s é nas mãos de soldados, não nas mãos de criminosos. Que o lugar delas é no campo de batalha da guerra, não nas ruas das nossas cidades." Obama não fez propostas novas para o controle de armas, mas disse que a verificação do prontuário de compradores de armas ficou mais rigorosa desde sua posse. O republicano Mitt Romney, virtual adversário de Obama nas eleições de 6 de novembro, disse nesta semana que leis adicionais não teriam impedido o massacre do Colorado. O pré-candidato defendeu medidas de controle de armas no passado. Na madrugada de quinta para sexta-feira da semana passada, um ex-estudante de neurociência entrou armado e com blindagem corporal em um cinema de Aurora, onde atirou indiscriminadamente contra a plateia na estreia do filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", deixando 12 mortos e 58 feridos.

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