O conselheiro legal da Casa Branca, Gregory Craig, encarregado do fechamento da prisão de Guantánamo, deixou seu cargo e voltará à prática privada da advocacia, conforme anunciou nesta sexta-feira, 13, o presidente Barack Obama.
Em comunicado divulgado em Tóquio, onde o presidente dos EUA, faz visita oficial, a Casa Branca informou que Craig será substituído por Bob Bauer, advogado pessoal do chefe de Estado americano. Na nota, Obama elogia Craig, "um amigo próximo e conselheiro no qual confio e que enfrentou muitos desafios complicados como assessor da Casa Branca".
O presidente dos EUA lembrou que o conselheiro legal guiou o processo de seleção e confirmação da juíza Sonia Sotomayor como a primeira magistrada latina na Suprema Corte do país.
Por sua vez, o novo conselheiro legal "é conhecido como um advogado duro e muito respeitado", que deverá assumir um leque de responsabilidades, como a de "enfrentar as inúmeras polêmicas que esta Administração herdou, identificar candidatos judiciais e garantir que os funcionários da Casa Branca continuem respondendo aos mais altos padrões éticos e legais".
A saída de Craig já era especulada há semanas, em particular depois que membros do alto escalão indicaram que o conselheiro tinha deixado de ser o principal responsável pelo processo de fechamento de Guantánamo.
Craig foi um dos principais assessores de Obama durante a campanha eleitoral, onde se mostrou muito crítico contra a então concorrente do senador nas prévias democratas e atual secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
Como conselheiro legal da Casa Branca, assumiu o processo para o fechamento de Guantánamo depois que Obama anunciou, logo após sua posse, o fim das atividades da penitenciária até 20 de janeiro de 2010.
Entretanto, Craig logo teria ficado frustrado com o processo político. Seus críticos o acusavam de não ter levado em conta fatores como a oposição de legisladores ao fechamento da prisão e a possível transferência de detidos aos EUA.
Funcionários da Casa Branca admitiram que o fechamento de Guantánamo dificilmente acontecerá até 20 de janeiro. Entre outras coisas, até agora não foi possível determinar o que fazer com uma série de detido que não podem ser extraditados para terceiros países ou julgados em tribunais militares dos EUA.