Enviado dos EUA irá discutir democracia com Romênia

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Um enviado dos Estados Unidos vai se reunir com autoridades do governo da Romênia em Bucareste no domingo para discutir questões sobre a democracia no país, após tentativas do primeiro-ministro de derrubar o presidente, informou o Departamento de Estado dos EUA. A tentativa do primeiro-ministro Victor Ponta de forçar a saída do presidente Traian Basescu foi condenada pela União Europeia e pelos EUA, que dizem que seu gabinete está minando o estado de direito. A disputa atrasou a formulação de políticas na Romênia, assim como reformas econômicas vitais, e aumentou a preocupação sobre o acordo de ajuda intermediado pelo FMI. O partido de esquerda de Ponta, apoiado pelo parlamento, suspendeu o presidente de direita, acusando-o de abusar da sua posição para bloquear a legislação do governo. Um referendo de 29 de julho sobre a possibilidade de impeachment de Basescu teve 88 por cento de apoio, mas a participação de votantes ficou abaixo dos 50 por cento exigidos pelo Tribunal Constitucional para validar a votação. Antes do referendo, o governo de Ponta tentou diminuir o poder da Corte e ameaçou substituir os juízes, antes que a pressão internacional o forçasse a recuar e aceitar a decisão da Corte sobre o mínimo de votantes. O Tribunal deveria se pronunciar sobre a validade do referendo no início deste mês, mas adiou a decisão até 31 de agosto, depois que autoridades do USL disseram que o eleitorado da Romênia era menor do que o valor usado para calcular a presença de eleitores na votação e que, usando o novo número, esse mínimo havia sido superado. O secretário adjunto para assuntos europeus e eurasianos, Philip H. Gordon, vai se reunir com membros do governo para discutir as preocupações dos EUA sobre as ações recentes do governo romeno que ameaçam a democracia e enfraquecem as instituições independentes", disse o Departamento de Estado dos EUA, em uma declaração na sexta-feira. José Manuel Barros, presidente da Comissão Europeia, disse em uma carta para Ponta na sexta-feira que o governo havia descumprido um compromisso de proteger a democracia e o estado de direito, citando atrasos na decisão sobre o referendo. O governo disse que a Comissão tinha informações incompletas, dizendo que foi o Tribunal Constitucional que determinou o prazo de 31 de agosto para atualizar suas listas de eleitores e reiterou seu compromisso de respeitar qualquer decisão judicial. (Por Luiza Ilie)

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