EUA abandonam uso de minas terrestres duradouras

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Por DAVID ALEXANDER
Atualização:

Os militares dos EUA pararam de usar um tipo de mina terrestre que costuma representar uma duradoura ameaça a civis e determinaram que seu estoque de 1,3 milhão dessas minas seja destruído, segundo autoridades. A decisão de abandonar no fim de 2010 as chamadas minas terrestres persistentes, que não podem ser programadas para se autodestruir ou desativar automaticamente, ocorre num momento em que o governo de Barack Obama avalia se deve ou não aderir a um tratado internacional contra as minas antipessoa. Sem participar do tratado, instituído há 12 anos, os EUA se reservam o direito de usar minas ditas "inteligentes', que são capazes de se autodestruir ou desativar. As minas persistentes são criticadas porque continuam mutilando e matando civis bem depois do final dos conflitos. Artefatos desse tipo causaram cerca de 4 mil vítimas em 2009 no mundo, segundo a Campanha Internacional pela Proibição de Minas Terrestres. Em e-mail transmitido na segunda-feira, um porta-voz disse que o Departamento de Estado determinou em dezembro que os estoques de minas persistentes antipessoa e antiveículo sejam destruídos. Apenas um pequeno arsenal será mantido para fins de testes e treinamento para desminagem. Embora ainda tenha estoques de minas persistentes, os EUA deixaram de usá-las há bastante tempo. O último campo minado com artefatos persistentes sob controle dos EUA ficava em Guantánamo, Cuba, mas os explosivos foram retirados em 1999, segundo uma fonte do Departamento de Estado. Em 2004, o governo de George W. Bush determinou que o uso dessas minas ficaria praticamente restrito à Coreia do Sul. Minas antiveículos do tipo persistente poderiam ser usadas em outros lugares, mas só com autorização presidencial. Naquela época, ficou decidido que minas persistentes não necessárias na defesa da Coreia do Sul deveriam ser destruídas. Após o final de 2010, as minas persistentes não podem ser usadas em lugar algum. Em 2004, os EUA tinham um estoque de 2,5 milhões de minas persistentes, das quais 1,2 milhão já foram destruídas, segundo o Pentágono. O porta-voz disse que o prazo para a destruição das demais dependerá das verbas disponíveis e da sua localização. Embora não participe do tratado antiminas, os EUA respeitam várias de suas regras, e ao que se sabe desde a Guerra do Golfo (1991) seus militares não instalam novas minas antipessoa. No fim de 2009, o governo Obama começou a avaliar a possibilidade de aderir ao tratado. Independentemente da decisão, os EUA prometem continuar financiando esforços para desativar minas e outros artefatos bélicos. Desde 1993, Washington gastou 1,9 bilhão de dólares nessas atividades, sendo 161 milhões no ano fiscal de 2010.

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