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EUA alertaram Geórgia a não mexer com a Rússia, diz diplomata

Por SUSAN CORNWELL
Atualização:

Numa crítica à aliada Geórgia, um alto funcionário dos Estados Unidos disse na terça-feira que Washington alertou Tbilisi a não entrar em conflito com a Rússia. "Nossa mensagem foi consistente para com nossos colegas georgianos: 'Evitem a todo custo um confronto militar direto com a Rússia. Vocês não têm como prevalecer. É simplesmente impossível", disse Matt Bryza, diplomata enviado pelo Departamento de Estado à Geórgia depois que a crise começou. Os EUA insistiram na terça-feira para que a Rússia retire imediatamente suas tropas da Geórgia. O conflito começou depois que a Geórgia enviou tropas, no dia 7, para tentar recuperar o controle da Ossétia do Sul. A Rússia reagiu enviando tropas não só à Ossétia do Sul como à Geórgia propriamente dita, dominando facilmente o seu vizinho menor. Na semana passada, ambas as partes assinaram um cessar-fogo sob mediação da França. Moscou promete retirar completamente seus soldados da Geórgia até o dia 22, e na terça-feira chamou jornalistas para verem a desocupação de Gori, uma cidade no centro da Geórgia. Mas os EUA acham que isso não basta e exigem a retirada total e imediata. Uma fonte do Departamento de Defesa disse que os russos aparentemente guardaram consigo cinco veículos militares norte-americanos Humvee que aguardavam embarque no porto georgiano de Poti após um incidente militar. Essa fonte disse que o incidente não está sendo tratado com gravidade pelos militares, mas Gordon Johndroe, porta-voz da Casa Branca, disse que "se os russos fizeram isso, precisam devolver imediatamente". O conflito vem afetando os mercados financeiros na Rússia e a cotação do petróleo, o que levou o subsecretário de Tesouro dos EUA, Robert Kimmitt, a dizer que a Rússia "não está jogando pelas regras do século 21", pois induz a uma fuga de investimentos. "Suas ações de curto prazo causaram um dano significativo à reputação da Rússia, tanto politicamente quanto economicamente", disse Kimmitt à TV CNBC. (Reportagem adicional de Andrew Gray, Randall Mikkelsen, Toby Zakaria e David Lawder)

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