O diretor da CIA (Agência de Inteligência americana), Leon Panetta, anunciou nesta quinta-feira o fechamento das prisões secretas dos Estados Unidos no exterior.
O diário "The New York Times" informou em sua página na internet que Panetta fez o anúncio em mensagem eletrônica enviada aos funcionários dessa agência do Governo americano.
Nessas prisões, supostos membros da Al Qaeda foram submetidos a métodos de interrogação considerados torturas. No entanto, Panetta disse na mensagem que os envolvidos nesses interrogatórios "não deveriam ser investigados ou punidos", porque suas ações foram consideradas legais durante o Governo George W. Bush.
O diretor da CIA e outros funcionários do Governo Barack Obama assinalaram que métodos de interrogatório de prisioneiros como o de afogamento simulado - utilizados em 2002 e 2003 - são atos de tortura ilegais sob a lei internacional e americana.
O "New York Times" citou um relatório da Cruz Vermelha Internacional que indicou que os prisioneiros foram também espancados, obrigados a se manter de pé durante dias com as mãos amarrada ao teto, confinados em caixas e retidos em celas sob baixas temperaturas.
Segundo o jornal, Panetta indicou que essas instalações já não estão em operação, mas explicou que foram mantidas desde 2006 para trabalhos de segurança e manutenção.
A CIA nunca revelou onde se encontram essas prisões secretas, mas o "New York Times" indicou que - segundo fontes da Inteligência, registros de aviação e informações de imprensa - estariam no Afeganistão, Polônia, Romênia e Jordânia.
Segundo fontes oficiais ouvidas pelo jornal, foram levados a essas prisões mais de 100 suspeitos de terrorismo. Quatorze desses prisioneiros foram transferidos ao centro de detenção de Guantánamo, em Cuba, que Obama prometeu fechar no período de um ano.