EUA darão apoio médico e alimentar a rebeldes sírios, mas não armas

Grupo 'Amigos da Síria' prometeram mais apoio político e material para a Coalizão Nacional Síria

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ROMA - Os Estados Unidos vão enviar ajuda não letal diretamente aos rebeldes sírios pela primeira vez, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta quinta-feira, 28, decepcionando opositores do presidente Bashar Assad que estão clamando por armas do Ocidente para o conflito. Mas, em uma mudança de ênfase, o encontro do grupo "Amigos da Síria", formado por países principalmente ocidentais e árabes, em Roma, "enfatizou a necessidade de mudar o equilíbrio de poder em terra". Um comunicado final disse que os participantes "coordenariam seus esforços de perto, a fim de melhor capacitar o povo sírio e apoiar o Comando Militar Supremo do Exército Sírio Livre em seus esforços para ajudá-los a exercer a autodefesa." Mais de 70 mil sírios foram mortos em um conflito feroz que começou com protestos anti-Assad pacíficos há quase dois anos. Cerca de 860 mil fugiram para o exterior e vários milhões estão deslocados dentro do país ou precisam de assistência humanitária. Kerry, depois das conversações em Roma, disse que Washington vai mais do que duplicar a sua ajuda para a oposição civil síria, dando-lhe mais US$ 60 milhões para ajudar a fornecer alimentação, saneamento e assistência médica para comunidades devastadas. Os Estados Unidos agora "estenderiam os suprimentos alimentares e médicos para a oposição, incluindo o (Conselho) Militar Supremo", disse Kerry. Em seu comunicado, os "Amigos da Síria" prometeram mais apoio político e material para a Coalizão Nacional Síria, um grupo com sede no Cairo que tem lutado para ganhar força dentro da Síria, especialmente entre as forças rebeldes díspares. Riad Seif, um líder da coalizão, afirmou antes da reunião de Roma que a oposição iria exigir "apoio militar qualitativo". Outro funcionário da coalizão saudou o resultado das negociações. "Vamos adiante com uma grande dose de otimismo cauteloso. Ouvimos hoje de um tipo diferente de discurso", disse Yasser Tabbara. Mas a contínua recusa dos EUA em enviar armas pode agravar a frustração que levou a coalizão a dizer na semana passada que evitaria as conversações em Roma. A coalizão só participou sob pressão dos EUA. Muitos na coalizão argumentam que a relutância ocidental em armar os rebeldes só favorece os militantes islâmicos, agora amplamente vistos como as forças mais eficazes na luta para derrubar Assad. No entanto, um diplomata europeu estendeu a possibilidade de apoio militar ocidental, dizendo que a coalizão e seus defensores ocidentais e árabes se reunirão em Istambul na próxima semana para discutir o apoio militar e humanitário para os insurgentes. Na semana passada, a União Europeia abriu caminho para a ajuda direta aos rebeldes sírios, mas não eliminou o embargo de armas à Síria.

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