EUA e Rússia ainda discordam sobre armas

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Rússia e Estados Unidos ainda estavam discutindo no domingo, véspera da primeira visita do presidente Barack Obama a Moscou, sobre o esboço de um acordo para reduzir os arsenais de armas nucleares da Guerra Fria. Obama chegará a Moscou na segunda-feira para reunir-se com o líder do Kremlin, Dmitry Medvedev, numa cúpula descrita como tendo a possibilidade de reformular as relações EUA-Rússia, que sob a presidência de George W. Bush chegaram a seu ponto mais baixo. Mas, em declarações que destacam as divergências profundas que ainda existem entre Washington e Moscou, Medvedev, em entrevista publicada no domingo, disse que os EUA precisam recuar em seus planos para instalar um sistema antimísseis na Europa. A agência de notícias russa Interfax citou uma alta fonte do Ministério do Exterior, em Moscou, como tendo dito que o chamado acordo provisório que os dois presidentes devem assinar sobre as reduções nucleares ainda não está pronto, menos de 24 horas antes da chegada de Obama ao país. O acordo provisório deveria ser o foco principal da visita de Obama a Moscou, onde ele também se reunirá com o primeiro-ministro Vladimir Putin, que já avisou os EUA repetidas vezes que a Rússia não aceitará planos para a instalação de um sistema antimísseis na Europa. Washington pretende estacionar baterias antimísseis e sistemas de detecção por radar na República Tcheca e na Polônia, como parte de um sistema global para localizar e abater foguetes inimigos hostis antes de chegarem aos EUA. Moscou, que depende fortemente das armas nucleares para sua defesa devido ao estado enfraquecido de suas armas convencionais, se opõe ao sistema antimísseis, pois o vê como ameaça a sua segurança. Moscou rejeita os argumentos dos EUA, segundo os quais o sistema é dirigido apenas contra o Irã, alegando que também poderia ser usado contra a Rússia. Obama já declarou que o governo americano está revendo suas ideias quanto ao sistema de defesa antimísseis, mas que Washington precisa erguer um sistema que possa, se for preciso, defender os Estados Unidos e seus aliados europeus contra um potencial ataque nuclear do Irã.

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