EUA enterram vítimas de tiroteio; debate sobre controle de armas cresce

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Por EDWARD KRUDY E PETER RUDEGEAIR
Atualização:

Mais seis vítimas do tiroteio na escola de Newtown, nos EUA, serão homenageadas em funerais e vigílias nesta quarta-feira, incluindo a diretora da escola, que foi morta com 20 de seus alunos e cinco outros membros da equipe na Sandy Hook Elementary. O massacre de tantas crianças, a maioria delas de apenas 6 ou 7 anos de idade, chocou os Estados Unidos e o mundo, renovando o debate sobre o controle de armas em um país onde o direito de portar armas é protegido pela Constituição e ferozmente defendido por muitos. Adam Lanza, o atirador de 20 anos de idade, levou centenas de cartuchos de munição em compartimentos extras e atirou nas suas vítimas repetidamente, em um deles 11 vezes. Ele também atirou e matou sua mãe antes de dirigir para a escola, e depois se matou. A família da diretora Dawn Hochsprung convidou pessoas para uma casa funerária local, na tarde desta quarta-feira, mas o enterro seria privado, em horário não revelado. Outra das professoras, Victoria Soto, estava entre os que seriam enterrados em um funeral nesta quarta-feira. Também foram agendados funerais para Charlotte Bacon, de 6 anos, Daniel Barden, de 7 anos, e Caroline Previdi, de 6 anos, enquanto a família de Chase Kowalski, de 7 anos, convidou as pessoas para uma visitação pública e vigília de oração. Os alunos sobreviventes da escola ainda não retornaram às aulas e as autoridades e pais estão fazendo planos para um eventual retorno em uma localidade diferente. No prédio da escola Sandy Hook, pessoas deixaram tributos como velas, flores e animais de pelúcia. A polícia continua as investigações, mas já disse que isso pode durar meses e talvez não revelar nada sobre o motivo de Lanza. O primeiro de muitos funerais foi realizado na segunda-feira e duas crianças foram sepultadas na terça-feira. A maioria das escolas da cidade reabriu na terça-feira, mas não havia nenhuma informação imediata sobre quando os estudantes da Sandy Hook estariam de volta nas salas de aula. O impacto do tiroteio foi sentido no mundo dos negócios na terça-feira, quando a empresa de private equity Cerberus Capital Management LP anunciou que iria vender o seu investimento na empresa que faz o fuzil AR-15 Bushmaster que foi usado por Lanza. O lobby da poderosa indústria de armas, a Associação Nacional de Rifles, quebrou seu silêncio na terça-feira pela primeira vez desde os tiroteios, dizendo que estava "chocada, triste e com o coração partido" e estava "preparada para oferecer contribuições significativas" para evitar tais massacres. A associação utiliza pressão política contra parlamentares individuais e outros para pressionar pelo afrouxamento das restrições sobre a venda e porte de armas nos Estados Unidos, enquanto promove caças e esportes de arma. O grupo, que disse que não tinha comentado até agora por respeito às famílias e para dar tempo para o luto e uma investigação, planeja uma coletiva de imprensa para sexta-feira. O massacre levou alguns legisladores republicanos a abrir a porta para um debate nacional sobre o controle de armas, um pequeno sinal de uma melhoria na relutância arraigada de Washington de considerar seriamente novas restrições federais. (Reportagem adicional de Greg Roumeliotis, Edith Honan, Dan Burns, Patricia Zengerle, David Ingram e Chris Francescani)

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