20 de abril de 2009 | 09h29
WASHINGTON - Os americanos marcam nesta segunda-feira, 20, os 10 anos do massacre de Columbine, em que dois alunos de um colégio no Estado do Colorado mataram 12 alunos e um professor. A escola Columbine High School, onde ocorreu o massacre, não abrirá nesta segunda, em homenagem aos mortos. Uma sessão especial de lembrança da tragédia está marcada para esta segunda-feira na cidade.
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No dia 20 de abril de 1999, os adolescentes Eric Harris e Dylan Klebold invadiram a escola armados, matando pessoas a esmo e depois se suicidando. No domingo, centenas de pessoas participaram de uma vigília em um parque próximo à escola Columbine High School. Kirsten Kreiling, presidente da Fundação Columbine Memorial, que representa os familiares das vítimas, estima que mil pessoas participaram da vigília de domingo.
"Esta é uma hora para a comunidade voltar a se unir como ela fez há 10 anos, no dia das mortes", afirmou Kreiling. A filha de Dave Sanders, o único professor morto no episódio, disse que o aniversário de 10 anos da tragédia é o momento certo para finalmente deixar o caso para trás.
"Nós passamos os últimos 10 anos lembrando o dia da sua morte. Eu acho que de agora em diante, vamos tentar é celebrar a sua vida", disse Connie Sanders. O diretor de Columbine, Frank DeAngelis, também está entre as pessoas que devem participar das homenagens desta segunda-feira. Ele prometeu que só deixará o cargo no dia que todas as crianças que estava no jardim de infância na época do incidente tiverem completado todo o ensino básico.
Na sexta-feira, o governador de Colorado, Bill Ritter, ordenou que as bandeiras fossem hasteadas a meio pau em prédios públicos. O massacre de Columbine reabriu o debate sobre porte de armas nos Estados Unidos, um tema que é polêmico até hoje. Desde Columbine, outros massacre do tipo aconteceram no país, entre eles o da Universidade de Virginia Tech, onde 32 pessoas foram mortas por um estudante em abril de 2007.
HISTÓRICO
Segundo a rede CNN, o massacre de Columbine causou grande atração midiática, principalmente quando as equipes de operações especiais da polícia cercaram a escola, ajudaram dezenas de alunos, empregados e professores a escapar, e encontraram Klebold e Harris mortos. Imediatamente, começou um acalorado debate sobre a facilidade de acesso a armas de fogo, a influência dos videogames violentos nas mentes dos jovens, e a atenção ou falta dela por parte de pais em direção aos filhos com conflitos emocionais ou problemas psicológicos.
Na versão apressada que surgiu do ataque em Columbine emergiram rumores: que uma menina tinha sido morta após dizer que acreditava em Deus, ou que Klebold e Harris se sentiam vítimas de abusos de outros estudantes. Estas duas afirmações, e o suposto fascínio dos dois com jogos "góticos" de fantasia e vídeos, foram negadas por investigadores, embora permaneçam na mente do público.
O estudo das mensagens deixadas pelos suicidas e uma análise das ações de ambos, planejadas durante mais de um ano, mostram que Harris e Klebold queriam causar um massacre generalizado que superasse em violência o cometido em 1995 por Timothy McVeigh em Oklahoma City. Esse, que continua sendo o ataque terrorista mais mortífero cometido por um indivíduo nos Estados Unidos, deixou 168 mortos e
800 feridos. Mas, ao contrário de Mcveigh, que tinha uma motivação política, Harris e Klebold só queriam terminar seus dias em uma hecatombe.
Todos os estudos, exames de consciência, polêmicas, medidas adotadas para o controle de armas de fogo, programas de atendimento psicológico para os adolescentes e sermões de políticos e líderes religiosos não impediram que, desde 1999, ocorressem outros ataques em escolas.
Também não impediram que, quatro dias antes do oitavo aniversário do massacre em Columbine, o estudante Seung-hui Cho, armado com uma pistola automática Glock e outra Walther P22, percorresse por quase três horas os arredores da universidade Virginia Tech, onde matou 32 pessoas e se suicidou.
(Com Efe)
Matéria atualizada às 12h30.
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