EUA ordenam libertação do mais jovem preso de Guantánamo

Mohammed Jawad deve ser solto e repatriado ao Afeganistão até 24 de agosto, segundo juíza americana

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Por Associated Press
Atualização:

A juíza Ellen Huvelle ordenou nesta quinta-feira, 30, a libertação do afegão Mohammed Jawad, um dos mais jovens prisioneiros do centro de detenção de Guantánamo, e sua extradição ao seu país de origem até o dia 24 de agosto.

 

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A magistrada aceitou um pedido de "habeas corpus" dos advogados de Jawad, que afirmam que o afegão teria sido preso pelo Exército americano quando tinha apenas 12 anos de idade. De acordo com o Pentágono, Jawad teria 16 ou 17 anos no momento de sua captura.

 

O subsecretário de Justiça dos EUA, Ian Gershengorn, disse à juíza que enquanto o país negocia a repatriação de Jawad, o Departamento de Justiça realiza uma investigação penal. Segundo Gershengorn, o secretário de Justiça, Eric Holder, não decidiu se levará o prisioneiro a julgamento no EUA. Jawad é acusado de atirar uma granada contra dois soldados americanos e um intérprete, que ficaram feridos na ocasião.

 

Ellen disse que não teria autoridade para impedir uma acusação formal, mas aconselhou os fiscais a pensar nos detalhes do caso, incluindo o estado mental de Jawad e o fato de que esteve preso por seis anos e meio. "Depois dessa horrível história, espero que o governo acabe por devolvê-lo a seu país. Já é o suficiente o que foi imposto a esse jovem até agora", disse a juíza.

 

A juíza deu três semanas ao governo para cumprir os requisitos legais de informar o Congresso sobre quaisquer riscos para a segurança nacional e acordos diplomáticos para a libertação de Jawad. Ellen também ordenou que o governo decida o caso até o dia 24 de agosto.

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Os advogados de Jawad defendem que o afegão só confessou ter jogado a granada depois que funcionários do governo do Afeganistão ameaçaram matar a ele e sua família. Um juiz militar aceitou a declaração de que Jawad foi torturado e que sua confissão não poderia ser usada para mantê-lo em Guantánamo.

 

Segundo dados da agência AFP, cerca de 229 homens permanecem em Guantánamo, inaugurada para abrigar os capturados dos EUA na guerra contra o terror, que começou depois dos ataques ao World Trade Center em setembro de 2001.

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