13 de julho de 2010 | 18h52
"Os Estados Unidos apoiam fortemente os esforços internacionais para levar à Justiça os responsáveis por genocídio e crimes de guerra em Darfur, e acredita que não pode haver uma paz duradoura em Darfur sem responsabilização", disse em nota Mike Hammer, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Embora a nota não cite Bashir, ela afirma que "continuamos pedindo ao governo do Sudão e a todas as outras partes do conflito que cooperem plenamente com o Tribunal Penal Internacional."
O mandado de prisão por genocídio se soma a outros já expedidos pelo TPI, em março de 2009, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Os Estados Unidos, embora não sejam participantes do TPI, estão diretamente envolvidos no caso de Bashir, primeiro chefe de Estado em exercício a ser alvo de uma ordem de prisão. Ele nega as acusações e se diz vítima de uma conspiração ocidental.
O procurador-geral do TPI, Luis Moreno-Ocampo, disse que milícias subordinadas ao governo participaram de uma limpeza étnica em Darfur, contrapondo-se a uma rebelião de grupos não árabes iniciada em 2003. Os rebeldes acusam o governo de negligenciar essa remota região no sudoeste do país.
A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que o conflito na região matou 300 mil pessoas. Cartum diz que foram 10 mil.
O TPI não tem poder de polícia para prender Bashir, e depende da ação das autoridades nacionais dos países participantes.
Criado em 2002, esse é o primeiro tribunal internacional permanente para o julgamento de crimes de guerra, genocídios e crimes contra a humanidade.
Os EUA não participam porque temem que soldados seus no exterior sejam alvo de processos politicamente motivados.
(Reportagem de Matt Spetalnick)
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