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EUA pedem que Brasil e Turquia esclareçam votos contra sanções ao Irã

Americanos respeitam o fato de 'haver diferenças', mas pedem explicações a Brasília e Ancara

Atualização:

WASHINGTON - Os EUA respeitam o "ponto de vista" diferente do Brasil e da Turquia em relação à questão do programa nuclear do Irã, mas dizem que esses países devem explicar por que votaram contra a nova resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que impõe sanções sobre a República Islâmica, informou nesta quarta-feira, 9, o porta-voz do departamento de Estado americano, P. J. Crowley.

 

 

"Respeitamos o fato de que eles tenham um ponto de vista diferente sobre o impacto das sanções", disse o porta-voz, conforme informou a agência de notícias AFP. "Porém, corresponde à Turquia e ao Brasil explicar o significado de seus votos neste momento", acrescentou.

 

A resolução 1929 que impõe novas sanções ao Irã foi aprovada por 12 votos a favor, dois contra e uma abstenção, do Líbano. As sanções eram pretendidas pelas potências nucleares pelos temores de que o Irã enriqueça urânio para produzir armas atômicas. Teerã, porém, nega tais alegações e afirma que mantém o programa nuclear apenas para fins civis.

 

Em maio, Brasil, Turquia e o Irã firmaram acordo que previa a troca de 1.200 kg de urânio levemente enriquecido por 120kg de combustível nuclear para um reator de pesquisa. Ambos os países defendem mais diálogo com os iranianos. A Casa Branca, porém, considerou a proposta "inaceitável", devido ao não comprometimento de Teerã em parar com o enriquecimento de urânio.

 

Crowley informou que o governo americano "respeita" que o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tenham ido pessoalmente a Teerã em maio para negociar com o líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

 

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O porta-voz acrescentou que apesar do voto negativo de Turquia e Brasil, "não há um desacordo fundamental em entender o perigo que representa um programa nuclear iraniano sem verificação e a necessidade de que o Irã cumpra suas obrigações internacionais".

 

Negociações futuras

 

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse também nesta quarta que o Brasil e a Turquia poderão ter um papel importante em uma futura negociação diplomática nuclear com o Irã apesar de terem votado contra as sanções.

"Na contínua aproximação diplomática com o Irã, penso que a Turquia e o Brasil continuarão a desempenhar um papel importante", disse Hillary a repórteres em Bogotá, na Colômbia.

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