O governo dos Estados Unidos pediu nesta sexta-feira, 19, às autoridades cubanas que liberem "imediatamente" o norte-americano Alan Gross, detido em Havana desde 4 de dezembro, acusado por Cuba de ser um espião.
O subsecretário adjunto de Estado norte-americano para o Hemisfério Ocidental, Craig Kelly, que liderou a delegação dos EUA que manteve nesta sexta uma segunda rodada de conversações sobre assuntos migratórios com as autoridades cubanas, fez o pedido à margem da reunião, informou o departamento de Estado.
Gross, de 60 anos, é um terceirizado da Agência norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) e trabalha para a empresa Development Alternatives (DAI), com sede em Maryland, a qual faz trabalhos de desenvolvimento em outros países.
O detido distribuía computadores portáteis, móbiles e outros equipamentos tecnológicos em Havana.
Em janeiro, o presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, disse que Gross trabalhava para uma empresa "que contrata para os serviços secretos norte-americanos", e o presidente cubano, Raúl Castro, afirmou em um discurso que o detido havia sido denominado "eufemisticamente" pelos EUA como um "terceirizado" do governo.
Castro também disse que o americano se dedicava ao "abastecimento ilegal com sofisticados meios de comunicação via satélite a grupos da 'sociedade civil'" que Washington aspira colocar contra o povo cubano.
Os EUA negaram que Gross estivesse vinculado com suas agências de espionagem e asseguraram que ele se dedicava a conectar os cidadãos cubanos à Internt, como "a maioria do resto do mundo", afirmou em janeiro o porta-voz do departamento de Estado, Philip Crowley.
A petição formal dos EUA às autoridades cubanas para que liberem Gross foi feita depois que sua esposa, Judy Gross, pediu em declarações à Efe "um acordo mútuo" entre os representantes dos dois governos para o retorno de seu marido.
Segundo Judy, desde que foi preso, ela só pôde falar "muito rapidamente" com Gross em três ocasiões e representantes do departamento de Estado o visitaram duas vezes.
Por outro lado, o comunicado do departamento destacou as conversações dos EUA com Cuba em áreas de cooperação bem-sucedida em assuntos migratórios e identificou os assuntos que foram obstáculos para a plena execução dos acordos.
"Os Estados Unidos veem estas conversações como uma via para alcançar resultados práticos e positivos que contribuam para a implementação plena dos acordos e a segurança dos cidadão de ambos os países", disse Crowley.