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EUA podem conceder Medalha de Honra a soldado que lutou no Afeganistão

Condecoração de um militar vivo seria a primeira desde a Guerra do Vietnã

Atualização:

WASHINGTON - O Pentágono recomendou à Casa Branca que considere a concessão da Medalha de Honra a um soldado vivo pela primeira vez desde a Guerra do Vietnã, disseram oficiais americanos ao jornal Washington Post.

 

 

O soldado que receberia a condecoração, cujo nome ainda será avaliado pela Casa Branca, se arriscou ao correr entre o fogo cruzado em uma operação militar no Vale de Korengal, no Afeganistão, em 2007, para impedir o avanço dos taleban, que se aproximavam das tropas americanas. Segundo os militares, as ações do soldado salvaram a vida de vários homens.

 

É possível também que a Casa Branca aprove a condecoração do soldado com outro título que não seja a Medalha de Honra, o maior reconhecimento militar americano. As nomeações para a Medalha de Honra geralmente incluem depoimentos detalhados de testemunhas sobre o heroísmo, às vezes somando milhares de páginas.

 

A nomeação foi conduzida de forma tão discreta que nem mesmo a família do soldado sabe que ela chegou à Casa Branca, segundo o oficial que revelou as informações. A fonte falou sob condição de anonimato, já que a decisão final do governo ainda não foi anunciada. O Washington Post informa que foi solicitado a não divulgar o nome do soldado para não influenciar a decisão da Casa Branca, que, por sua vez, não comentou a nomeação.

 

A nomeação ocorre após anos de reclamações de parlamentares, militares e do secretário de Defesa, Robert Gates, de que o Pentágono se tornou tão cauteloso que apenas soldados mortos em batalha eram considerados para receber a medalha. Gates "acha impossível acreditar que ninguém que tenha feito algo que mereça a Medalha de Honra esteja vivo para contar a história", disse o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell.

 

O ex-presidente dos EUA George W. Bush, responsável por iniciar a investida americana no Iraque e no Afeganistão, também se lamentou durante seus últimos meses no governo, dizendo que nunca teve a oportunidade de conceder a premiação a um soldado vivo. A condecoração, se aprovada, será a primeira a ser dada a um soldado vivo desde a Guerra do Vietnã, que terminou em 1975 e deixou 58 mil americanos mortos.

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