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EUA pretendem atenuar restrições de viagens a Cuba, diz assessor

Por SUSAN CORNWELL
Atualização:

O governo Obama se prepara para atenuar as restrições de viagens a Cuba para alguns norte-americanos, mas sem suspender o embargo comercial e a proibição do turismo dos Estados Unidos para a ilha, disse um assessor parlamentar nesta terça-feira. Com pequenas medidas, determinados grupos de norte-americanos voltariam a ter a ilha comunista como parte de seus intercâmbios acadêmicos, culturais ou religiosos, como ocorria durante o governo de Bill Clinton, disse essa fonte à Reuters, pedindo anonimato. Os funcionários estão tentando concluir as novas regras para que possam ser anunciadas ainda durante o recesso do Congresso, que vai até meados de setembro, e bem antes das eleições parlamentares, em 2 de novembro. Alguns parlamentares norte-americanos de origem cubana se opõem terminantemente à melhoria das relações com o regime comunista, ao qual os EUA impõem um embargo econômico que já dura quase 50 anos. Mas outros parlamentares, como o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, John Kerry, querem que os EUA se abram mais a Cuba. Vários projetos que tramitam no Congresso promovem o comércio e as viagens à ilha. Restrições a remessas financeiras também podem ser atenuadas, facilitando doações para organizações comunitárias ou religiosas cubanas, segundo a fonte parlamentar. A motivação das sanções dos EUA à ilha é estimular sua redemocratização, mas críticos dizem que esse objetivo nunca foi cumprido nestes quase 50 anos. O presidente Barack Obama tomou posse no ano passado prometendo "remodelar" as relações com Cuba, e logo revogou restrições a viagens de reunificação familiar e remessas financeiras de cubano-americanos a parentes seus na ilha. Partidários de uma melhoria nas relações bilaterais esperam que o governo Obama vá além, especialmente depois de Cuba ter decidido libertar 52 presos políticos. "Haverá uma enorme ênfase nas viagens pessoa a pessoa. Esse é todo o mantra (do governo Obama)", disse Sarah Stephens, diretora-executiva do Centro para a Democracia nas Américas, uma ONG de Washington que é contra as sanções a Cuba. Ela lembrou que Cuba pretende prospectar petróleo na sua costa do golfo do México, e que as empresas dos EUA ficarão de fora caso depósitos sejam encontrados e o embargo não seja suspenso. Bill Burton, porta-voz da Casa Branca, disse que não há nenhuma novidade na política relacionada a Cuba, mas que "o presidente vai continuar fazendo coisas que sejam do melhor interesse dos Estados Unidos e que ajudem as pessoas a criarem um ambiente mais democrático e ampliarem as liberdades para o povo cubano." Nas mudanças a serem anunciadas, segundo o assessor parlamentar, a lei que proíbe viagens de norte-americanos a Cuba não seria revogada, mas seriam abertas mais exceções, analisadas caso a caso pelo Departamento do Tesouro. Isso já acontecia no governo do democrata Bill Clinton, e deixou de ocorrer durante os dois mandatos do republicano George W. Bush. (Reportagem adicional de Doug Palmer, Patricia Zengerle e David Alexander)

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