EUA reduzem sanções para internet em Cuba, Sudão e Irã

Medida do Departamento do Tesouro tem objetivo de facilitar comunicação e dar acesso mais livre à rede

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Por BBC Brasil
Atualização:

O Departamento do Tesouro americano suspendeu nesta segunda-feira parte das sanções contra Irã, Cuba e Sudão com o objetivo de dar impulso à internet nesses países e, assim, apoiar grupos de oposição locais. Segundo uma declaração no site do departamento, a partir de agora as companhias de tecnologia dos Estados Unidos poderão exportar serviços online como os de mensagens instantâneas e redes sociais para estes países. Também passou a ser permitido oferecer serviços de blog, email e de compartilhamento de filmes e fotos. Empresas dos Estados Unidos passarão ainda a poder exportar softwares americanos para comunicação online para Irã e Sudão, mas não para Cuba. Mensagem de erro As companhias americanas não ofereciam estes serviços para os três países por temerem desrespeitar as sanções impostas a estes países. Em 2009 a Microsoft, por exemplo, proibiu usuários em cinco países, incluindo Irã, Cuba e Sudão, de usar os serviços de mensagens instantâneas. Todos os que tentavam usar este serviço nestes países recebiam uma mensagem de erro. "Seguindo o sério compromisso do governo com os direitos universais de todos os cidadãos do mundo, a divulgação destas licenças gerais fará com que seja mais fácil para indivíduos em Irã, Sudão e Cuba usarem a internet para se comunicar uns com os outros e com o resto do mundo", afirmou o vice-secretário do Tesouro Neal Wolin na mensagem. "As medidas de hoje vão permitir que cidadãos iranianos, sudaneses e cubanos exercitem seus direitos mais básicos", acrescentou. Protestos no Irã Oposicionistas no Irã usaram redes sociais e serviços de mensagens instantâneas para organizar os protestos no país depois das eleições presidenciais de 2009. "Como os eventos recentes no Irã mostraram, comunicações pessoais pela internet, como email, mensagens instantâneas e redes sociais são ferramentas poderosas. Estes softwares vão abrigar e dar apoio ao fluxo livre de informações - um direito humano básico - para todos os iranianos", afirmou Wolin. "Ao mesmo tempo em que toma estas medidas, o governo vai continuar, de forma agressiva, a aplicar as sanções existentes e a trabalhar com nossos parceiros internacionais para aumentar a pressão sobre o governo do Irã para que ele cumpra com suas obrigações internacionais." Ainda não se sabe se os governos afetados conseguirão impor suas próprias restrições nestes serviços. Analistas afirmam que, em Cuba, os números de usuários de internet ainda é muito baixo, então a suspensão de sanções pode não causar muito impacto. Neste ano, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que os Estados Unidos dariam apoio ao desenvolvimento de novas ferramentas que permitiriam aos cidadãos de vários países driblar a censura com motivos políticos. Clinton acrescentou que qualquer país com restrições ao acesso à informações está se arriscando a "se isolar do progresso do próximo século".   BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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