EUA sugerem que reunião entre Karzai e Obama pode ser desmarcada

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Por SUE PLEMING
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Os Estados Unidos sugeriram nesta terça-feira que o encontro de maio na Casa Branca entre os presidentes Barack Obama e Hamid Karzai pode ser desmarcado caso o líder afegão insista em fazer declarações contra o Ocidente. Intensificando a tensão entre os dois governos, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que Karzai tem feito declarações "perturbadoras" e "que causam confusão." Pressionado por jornalistas a confirmar o encontro de 12 de maio, Gibbs disse: "Certamente avaliaremos quaisquer novas ou continuadas declarações que o presidente Karzai faça, com relação a se seria construtivo ter tal reunião." Na semana passada, Karzai acusou embaixadas estrangeiras de participarem de uma fraude eleitoral no ano passado no Afeganistão e de estarem tentando enfraquecê-lo. No domingo, ele declarou a líderes tribais que as autoridades afegãs não deixariam que "estrangeiros" interfiram no seu trabalho. Questionado sobre se Karzai ainda é considerado um aliado dos Estados Unidos, Gibbs se limitou a dizer que "Karzai é o líder democraticamente eleito do Afeganistão." Inicialmente, o governo Obama tentou minimizar as declarações do presidente afegão, argumentando que elas se destinavam a agradar ao público interno. Nos últimos dias, porém, Gibbs e outros funcionários adotaram um tom mais duro. "Não iremos hesitar em assegurar que o investimento notável que nossos homens e mulheres estão fazendo seja acompanhado de um tipo de governo que tem de funcionar a fim de dar segurança a partes de um país perigoso", afirmou Gibbs. A Casa Branca antes havia se declarado frustrada em nome da opinião pública norte-americana, e evocou o sacrifício feito por famílias que enviam seus entes queridos para lutarem na guerra do Afeganistão. Há mais de 120 mil soldados ocidentais no Afeganistão, sendo mais de 80 mil norte-americanos, número que deve subir para 100 mil neste ano. (Reportagem adicional de Adam Entous)

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