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EUA terão 'apoio leal' de Israel em diálogo com Irã, diz Peres

Presidente israelense reúne-se com líder americano; Biden afirma que negociação com Teerã tem prazo limitado

Por Agências internacionais
Atualização:

 

WASHINGTON - Israel deve apoiar os esforços do presidente americano Barack Obama na ofensiva diplomática com o Irã, afirmou o chefe de Estado israelense, Shimon Peres, após uma reunião na Casa Branca na tarde desta terça-feira, 5. O presidente de Israel destacou que seu país "será um leal apoiador" das políticas americanas para tentar solucionar o impasse nuclear com Teerã. Pouco antes, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington está decidido a impedir que o Irã se converta em uma potência nuclear e afirmou que o diálogo com o país tem prazo limitado.

 

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"Estamos intensamente focados em impedir o grave perigo de um Irã nuclear", afirmou Biden em um discurso para um grupo pró-Israel em Washington. Pouco antes, o governo americano assegurou que uma eventual aproximação com o Irã não mudará suas relações com seus aliados árabes e prometeu que, caso essas conversas aconteçam, seus "amigos" da região serão informados.

 

"É importante que nossos amigos do Oriente Médio entendam que seremos transparentes sobre este processo, para que ninguém se surpreenda", afirmou no Cairo o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. Gates começou no Egito uma viagem que depois segue para a Arábia Saudita. Esses dois países são os aliados árabes mais importantes dos EUA na região e veem com preocupação a intromissão do Irã nos assuntos do Oriente Médio e o apoio iraniano a grupos radicais islâmicos.

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Segundo Gates, os EUA querem que o Irã interrompa o desenvolvimento de seu programa nuclear, o que Teerã rejeita, e ao mesmo tempo "conseguir que abandone seus esforços desestabilizadores na região". A administração Obama anunciou que quer incluir o Irã em suas políticas de aproximação à região, apesar da hostilidade demonstrada pelo governo de Teerã contra a Casa Branca.

 

Entretanto, Gates esclareceu que o diálogo com o Irã não permitirá resolver todos os assuntos pendentes. "Acho que esta possibilidade é muito remota, improvável", insistiu. "Estender a mão ao Irã não minimiza ou muda a firme relação de segurança e política dos EUA com Egito e Arábia Saudita e com outros amigos na região", afirmou Gates.

 

O secretário de Defesa acrescentou que o diálogo com o Irã será "lento", mas advertiu que, caso o Irã responde à "mão estendida" americana "com um punho fechado", a Casa Branca atuará "de forma correspondente."

 

ESTADO PALESTINO

 

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Ainda nesta terça, Biden disse que Israel deve incentivar um acordo de paz que envolva a criação de um Estado palestino, algo que, segundo ele, exige pôr fim aos assentamentos judaicos. "Israel tem que trabalhar com a solução de dois Estados", afirmou. "Vocês não vão gostar que eu diga isto, mas não construam mais assentamentos, derrubem os que já existem e permitam o livre trânsito dos palestinos", acrescentou o vice-presidente.

 

Durante uma visita feita ao Capitólio, onde se reuniu com diversos deputados, Peres afirmou que "a principal consideração estratégica" de seu país é a relação com os EUA. Biden insistiu, por sua vez, em que os Estados Unidos nunca abandonarão seu compromisso com a segurança israelense. "Isso não é negociável", afirmou. Peres dedicou boa parte de sua vida política à obtenção de uma solução ao conflito no Oriente Médio que leve à criação de um Estado palestino.

 

Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que chegou ao poder após eleições em fevereiro, não se pronunciou até o momento de forma favorável em relação a um Estado palestino. Além disso, Biden exigiu durante seu discurso a libertação do soldado israelense capturado por milícias palestinas na Faixa de Gaza desde junho de 2006. "Exigimos a libertação imediata e incondicional de Gilad Shalit, após três anos de cativeiro. Isto não é aceitável", ressaltou o vice-presidente.

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(Matéria atualizada às 21h10)

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