
13 de setembro de 2008 | 09h38
O furacão Ike, acompanhado de fortes ondas e chuva intensa, atingiu na madrugada deste sábado, 13, o sudeste do Texas, onde 4 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade. Ainda na categoria 2, com ventos de 175 quilômetros por hora, o ciclone passou pela ilha de Galveston, ameaça devastar os povoados do litoral do Golfo do México e forçou o fechamento das refinarias de petróleo. Depois de chegar ao continente, ele perdeu força e reduziu para a categoria 1, com ventos de 145 km/h. Ele coloca em perigo a cidade de Houston, a quarta maior cidade dos Estados Unidos. As companhias distribuidoras de energia informam que o restabelecimento total da situação ocorrerá somente em algumas semanas. Veja também: Brasileiro espera furacão Ike em sua casa em Houston Ouça a íntegra do depoimento do brasileiro Imagens da passagem do Ike Os furacões mais mortíferos dos EUA O olho do furacão tocou a costa às 4h10 (de Brasília), em Galveston, com ventos de 175 quilômetros por hora, caracterizado como categoria 2. Como o Ike é muito amplo - quase do tamanho do Estado do Texas - os ventos puderam ser sentidos horas antes de chegar à costa e devem persistir por horas na região. O ciclone, que já provoca inundações e ondas de mais de sete metros, obrigou mais de 1,2 milhões de pessoas a deixarem a região litorânea. Segundo a CNN, o Ike já causou três mortes: um menino atingido por um galho arrancado pelo vento ao norte de Houston; um banhista que se afogou no mar da cidade de Corpus Christi e um idoso que teria morrido ao deixar a cidade de Brazoria. Imagens de televisão mostram árvores sendo arrancadas pela raiz, postes elétricos destruídos e muitas casas sem telhado. O centro do furacão, com diâmetro de quase mil quilômetros se for levado em conta o alcance da força dos ventos, seguirá a trajetória norte-noroeste, onde se aproximará de Houston, cidade com quase 5 milhões de habitantes a 80 quilômetros de Galveston. As perdas econômicas totais provocadas pelo Ike, somente no Texas, poderiam superar os US$ 100 milhões, segundo afirmou o tenente David Dewhurst. Treze refinarias da costa do Estado, onde se concentra 20% da capacidade petrolífera dos EUA, foram fechadas por conta do furacão. Ainda não há informações sobre a situação na cidade de Galveston, onde 23 mil moradores continuaram em suas casas apesar da recomendação das autoridades para que deixassem a região. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, expressou sua preocupação com o possível impacto do furacão nos preços da energia e prometeu ajuda imediata à zona litorânea do Texas afetada pelo gigantesco ciclone. Segundo Bush, em uma declaração feita neste sábado nos jardins da Casa Branca, os serviços de emergência começarão a trabalhar assim que o perigo passar e as condições meteorológicas permitirem. "É uma tempestade enorme" e ainda não terminou de passar pela região, explicou o presidente. O presidente americano prometeu toda a ajuda necessária dos níveis federal, estadual e local, mas expressou sua preocupação pelo impacto que a passagem do Ike pode ter no setor energético dos EUA. A Agência para a Proteção do Meio Ambiente americana suspendeu uma série de condições para permitir a importação de certos tipos de gasolina, explicou Bush, que acrescentou que o governo "supervisionará cuidadosamente os preços" do combustível para garantir que o consumidor seja tratado de maneira justa, apesar dos problemas. Na sexta, diante do risco de o mar invadir a costa, autoridades ordenaram que a população fugisse, advertindo que quem ficasse enfrentaria "morte certa". O furacão pode ser o pior a atingir o Texas em 50 anos. Segundo o boletim mais recente do Centro Nacional de Furacões, o Ike está saindo de Houston e deve seguir em direção ao Arkansas, mantendo-se na categoria 2, em que atingiu a costa. Os meteorologistas acreditam que o furacão não será rebaixado de categoria até o final deste sábado, mas os ventos máximos devem perder força para 161 quilômetros por hora. O furacão Ike é o maior a atingir uma região metropolitana americana desde que o furacão Katrina devastou New Orleans três anos atrás. Em Houston, quarta maior cidade dos EUA, os ventos castigaram arranha-céus de vidro e cacos voaram pelas ruas da cidade. Espera-se que o porto de Houston também fique inundado. O porto é o segundo mais utilizado nos Estados Unidos e um complexo vital para várias indústrias, incluindo a de petróleo e a agrícola. O secretário de Segurança Doméstica, Michael Chertoff, descreveu a chegada do Ike como "potencialmente catastrófica". "É um monstro em termos de potencial de inundação", disse, prevendo ainda que grande parte da costa do Texas ficará alagada.
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