Geórgia começou guerra com a Rússia, diz relatório europeu

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Por TIMOTHY HERITAGE
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Um relatório independente encomendado pela União Europeia e divulgado na quarta-feira culpou a Geórgia por ter começado a guerra de cinco dias contra a Rússia em 2008, mas disse que a reação de Moscou ultrapassou os limites do razoável e violou o direito internacional. O texto diz que ambas as partes violaram leis humanitárias e que há evidências de limpeza étnica contra membros da etnia georgiana durante a intervenção russa na província separatista da Ossétia do Sul. Os dois lados disseram que o relatório corrobora sua interpretação da guerra. Mas as conclusões são particularmente críticas à conduta da Geórgia, país aliado do Ocidente, e devem prejudicar a posição política do presidente Mikheil Saakashvili. "Na visão da missão (de investigação), foi a Geórgia que desencadeou a guerra quando atacou Tshkinvali (capital da Ossétia do Sul) com artilharia pesada, na noite de 7 para 8 de agosto de 2008," disse a diplomata suíça Heidi Tagliavini, que comandou a investigação. O Kremlin se apressou em elogiar o que vê como a principal conclusão do relatório. "Nós só podemos comemorar que a comissão tenha descoberto que a guerra foi iniciada pela Geórgia," disse Natalya Timakova, porta-voz do presidente Dmitry Medvedev. O relatório disse que a guerra ocorreu depois de tensões e provocações por parte da Rússia, mas Tagliavini disse que "nenhuma das explicações dadas pelas autoridades georgianas a fim de fornecer alguma forma de justificativa jurídica para o ataque lhe concede uma explicação válida." Saakashvili alegou que a Geórgia estava reagindo a uma invasão das forças russas e por isso invadiu a região separatista georgiana da Ossétia do Sul. O relatório, no entanto, não encontrou evidências disso. O texto diz que o contra-ataque russo inicialmente foi legal, mas que a reação militar violou o direito internacional quando as forças russas entraram na Geórgia propriamente dita. Tbilisi diz que 228 civis georgianos foram mortos na guerra, e que 184 dos seus militares morreram ou desapareceram. A Rússia diz que 64 militares seus e 162 civis da Ossétia do Sul foram mortos, mas afirma também que a cifra de vítimas civis pode ser mais elevada.

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