O presidente americano Barack Obama dá a volta ao mundo e seu governo está cheio de pesos pesados em política exterior, o que teria ofuscado a secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton. Suas declarações duras contra o Irã, na quarta-feira, 15, pareceram imbuídas do objetivo de marcar uma retomada a seu papel como a mais importante diplomata dos Estados Unidos.
Hillary qualificou a repressão contra os manifestantes pelos resultados das eleições presidenciais no Irã como "deplorável e inaceitável", e advertiu o país persa que seu tempo é curto para aceitar a oferta do presidente Barack Obama. Do contrário, enfrentará novas sanções e isolamento por conta de seu programa nuclear.
"Nem o presidente nem eu temos ilusão de que o diálogo direto com a República Islâmica garantirá o sucesso", disse Hillary em discurso preparado com antecedência. "Mas também entendemos a importância em comprometer o Irã e oferecer a seus líderes uma opção clara, ou seja, a de se unir à comunidade internacional como um integrante responsável ou continuar no caminho de um maior isolamento."
O discurso de Hillary diante do Conselho de Relações Exteriores acontece ao mesmo tempo em que retoma o papel de protagonista na diplomacia norte-americana, após semanas afastada por conta de uma fratura no cotovelo que a obrigou a cancelar duas viagens internacionais e inúmeras reuniões.
Nesta sexta, 17, Hillary iniciará um giro diplomático multinacional, o primeiro em mais de um mês. Sua presença reduzida tanto fora como dentro dos Estados Unidos ocorreu depois de suas surpreendentes críticas públicas à Casa Branca, por retardar uma junta importante, o que desatou uma onda de especulações sobre se sua influência teria contribuído para uma queda de prestígio do gabinete de Barack Obama.
Em seu discurso, a linha dura de Hillary se assemelha às próprias palavras de Obama, ao falar na semana passada sobre o regime iraniano ao qual impôs o mês de setembro como prazo final para que o país mostre algum progresso na redução de seu programa nuclear.