
24 de dezembro de 2010 | 22h42
NOVA YORK- O clérigo muçulmano que deseja construir um centro islâmico próximo ao terreno do World Trade Center afirmou nesta sexta-feira, 24, que fará um giro pelo país em um esforço "para inspirar o entendimento entre fés" para um projeto que gerou confrontos entre apoiadores e oponentes.
"O maior objetivo é conscientizar as pessoas do que a América significa como um país que protege o direito à liberdade de religião", disse o imã Feisal Abdul Rauf a Associated Press.
Americanos muçulmanos como ele "podem ter um importante papel como interlocutores entre os Estados Unidos e o mundo muçulmano", declarou Abdul Rauf.
A primeira aparição de Rauf está agendada para Detroit, em 15 de janeiro. A cidade tem a maior população muçulmana da América do Norte. O imã disse que continuará sua viagem em Chicago, Washington, San Antonio e nas universidades de Harvard, Georgetown, Yale e Carolina do Norte.
Em entrevista por telefone, o imã declarou a Associated Press que quer esclarecer nova-iorquinos e pessoas ao redor do país o propósito de um projeto com o qual tem sonhado por 20 anos.
Apesar da oposição a construção da mesquita, o imã é visto como um muçulmano moderado patrocinado pelo Departamento de Estado para viajar em nome dos Estados Unidos, neutralizando posições extremas.
O projeto despertou críticas dos familiares das vítimas dos atentados de 2001, realizados por fundamentalistas islâmicos. Eles consideram o local sensível para a construção do centro e acreditam que erguê-lo ali seria um ato de desrespeito.
O complexo de 13 andares que está sendo construído foi orçado em US$ 100 milhões. O centro terá uma mesquita, estações culturais, áreas esportivas e outros espaços públicos.
O governo do Estado de Nova Jersey já ofereceu um terreno longe do Marco Zero para a construção do centro. Os idealizadores do projeto, porém, alegam que ele atenderia a comunidade de Manhattan e descartaram levá-lo para outro lugar.
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