Impacto de furacão para economia dos EUA deve ser limitado

PUBLICIDADE

Por PEDRO DA COSTA e LUCIANA LO
Atualização:

A tempestade Sandy está se configurando como uma das maiores já vistas nos EUA, mas, por mais graves que sejam os danos esperados, o impacto econômico deve ser breve. Economistas dizem que os prejuízos causados pela paralisação das empresas será compensado pelos esforços de reconstrução, e citam tempestades catastróficas, como o Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005, mas não impôs um dano duradouro à economia norte-americana. A amplitude do Sandy --10 Estados declararam situação de emergência-- significa que ele poderá prejudicar o PIB dos EUA neste trimestre, ainda que o impacto de longo prazo seja neutralizado. O PIB da região entre Nova York e Washington representa cerca de 2,5 trilhões de dólares por ano, ou cerca de 10 bilhões de dólares por dia, segundo Mark Zandi, economista-chefe da Moody's Analytics. Peter Morici, da Universidade de Maryland, estima que o Sandy causará cerca de 35 a 45 bilhões de dólares em prejuízos e danos, mas será seguido por um gasto de até 36 bilhões de dólares na recuperação. No ano passado, segundo Morici, o furacão Irene causou até 20 bilhões de dólares em prejuízos. O Sandy é considerado uma "super tempestade", porque envolve também outros sistemas climáticos que podem ficar retidos sobre o nordeste dos EUA, amplificando as inundações no interior. A empresa de modelagem de desastres Eqecat previu prejuízos de 10 a 20 bilhões de dólares associados ao Sandy. No caso do Katrina, em 2005, a maioria das estimativas falava em mais de 100 bilhões de dólares em prejuízos. O crescimento econômico dos EUA se desacelerou no trimestre posterior àquela tragédia, mas se recuperou rapidamente. A economia dos EUA cresceu 2 por cento no terceiro trimestre de 2012, resultado melhor do que no ano anterior, mas ainda fraco. O consumo melhorou, mas os investimentos empresariais continuam preocupantemente lentos. Muitos analistas já estavam temerosos de uma redução nas vendas do varejo no fim deste ano. Os varejistas são significativamente afetados em qualquer tempestade, já que a clientela não sai de casa. Mas a corrida de última hora por suprimentos tem um efeito moderador no declínio geral das vendas. Mesmo assim, Evan Gold, vice-presidente sênior da Planalytics, uma consultoria de Filadélfia que aconselha empresas em questões relacionadas ao clima, estava menos otimista em ver qualquer lado positivo, especialmente porque a passagem do Sandy ocorre já bem perto da temporada das festas de fim de ano. "Se os consumidores desta parte do país estão gastando centenas, se não milhares de dólares para comprar coisas como geradores, ou depois da tempestade para fazer a limpeza, então é provável que cortem quaisquer orçamentos que as pessoas pudessem ter para as compras de fim de ano", disse ele. (Reportagem adicional de Phil Wahba, Ben Berkowitz, Michael Conner e Hilary Russ)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.