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Indústria vê com otimismo relação Brasil-EUA com visita de Obama

Atualização:

Empresários da indústria brasileira demonstraram otimismo no futuro das relações comerciais com os Estados Unidos após reuniões bilaterais neste sábado. Os encontros ocorreram em meio à visita do presidente norte-americano, Barack Obama, a Brasília, e foram vistos com bons olhos por industriais, ansiosos para ampliar o mercado para produtos brasileiros e reverter o déficit nas transações com os EUA, que no ano passado chegou a 11,4 bilhões de dólares. No início da tarde, presidentes das 18 maiores empresas de Brasil e EUA apresentaram a Obama e à presidente Dilma Rousseff uma relação de recomendações para fortalecer a relação econômica entre os dois países, incluindo reforma tarifária e alfendegária e mudanças no sistema de vistos. Mais tarde, Obama participou de outro evento com 400 empresários e executivos organizado pelo Confederação Nacional da Indústria para debater energia e infraestrutura. "(A presença de Obama) é uma sinalização firme e clara de que os Estados Unidos veem hoje o Brasil como um grande e importante aliado no mundo, não só comercial mas também político", disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. "Nós não queremos apenas comprar produtos americanos, nós queremos vender para os Estados Unidos", disse, apontando para o esforço de diversificar a natureza das exportações brasileiras que, atualmente, é em grande parte formada por commodities. Durante a visita de Obama, Brasil e EUA assinaram o Tratado de Cooperação Econômica e Comercial (Teca), que abre caminho para a discussão de questões relacionadas à bitributação e a barreiras comerciais, entre outros. "Foi mais um encontro de cumprimentos. Os tópicos já mencionados foram reforçados. Foi mais um gesto de ele (Obama) vir e dizer que eles querem estar mais próximos dos brasileiros", disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. PETRÓLEO O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que Obama manifestou intenção de futuramente comprar petróleo do Brasil. Mas o próprio Gabrielli lembrou que, nos EUA, quem negocia a commodity são as empresas e não o governo. Gabrielli comemorou o fato de o governo norte-americano ter liberado na quinta-feira a operação de uma plataforma da estatal no Golfo do Mécxico, em um campo com capacidade para produzir 80 mil barris por dia. O presidente da Vale, Roger Agnelli, que assim como Gabrielli , Skaf e Andrade, participou de um encontro reservado com Obama, disse ter falado com o presidente norte-americano sobre investimentos conjuntos de empresas brasileiras e norte-americanas no continente africano. "Eu acho que o Banco Mundial tem de apoiar iniciativas de empresas brasileiras e americanas na África", disse, acrescentando que Obama teria concordado com a ideia. (Por Leonardo Goy e Hugo Bachega)

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