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Inteligência dos EUA vê ataques cibernéticos como principal ameaça

Por MARK HOSENBALL E PATRICIA ZENGERLE
Atualização:

Os chefes de inteligência dos EUA disseram pela primeira vez na terça-feira que os ataques cibernéticos e a espionagem digital superaram o terrorismo como principal ameaça à segurança norte-americana. Essa avaliação, incluída em uma audiência anual sobre "ameaças mundiais", abrangendo preocupações tão diversas quanto a beligerância norte-coreana e a guerra civil síria, foi reforçada por declarações dos chefes de espionagem diante da Comissão de Inteligência do Senado. Eles manifestaram a preocupação de que os especialistas em segurança não estejam conseguindo acompanhar os avanços da informática. Mas, em um depoimento por escrito, o diretor de Inteligência Nacional James Clapper abrandou o tom dos seus alertas, minimizando a possibilidade de um ataque catastrófico - digital ou convencional - em curto prazo nos EUA. Na segunda-feira, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Tom Donilon, disse, citando queixas de empresas dos EUA sobre a espionagem digital chinesa, que esse é um crescente desafio para as relações econômicas entre os Estados Unidos e a China. Pequim disse na terça-feira que aceitaria o pedido de Donilon para discutir com os EUA a questão da segurança digital. No mês passado, uma empresa privada dos EUA divulgou um estudo apontando uma unidade militar secreta da China como responsável por ataques cibernéticos contra vários setores econômicos norte-americanos. A China rejeita tais acusações e se diz vítima de espionagem digital do governo norte-americano. Estima-se que ataques cibernéticos causem prejuízos de dezenas de bilhões de dólares por ano. Em outra audiência na terça-feira, na Comissão de Serviços Armados do Senado, o general Keith Alexander, chefe do Comando Cibernético das Forças Armadas dos EUA, disse que os ataques cibernéticos contra empresas privadas e em especial contra o setor bancário dos EUA estão se agravando. Ele previu que a intensidade e número dos ataques irão crescer significativamente neste ano. Alexander disse que as Forças Armadas estão reforçando suas equipes de guerra cibernética, engrossando-as com militares e civis. Ele disse que haverá três equipes: a Missão Cibernética Nacional, encarregada de enfrentar ameaças de nível nacional; a Missão de Combate Cibernético, encarregada do controle operacional; e a força de Proteção Cibernética, que irá defender os sistemas de informação militares.

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