PUBLICIDADE

Laser antimísseis dos EUA passa em teste preliminar

Por JIM WOLF
Atualização:

Testes de vôo de um Boeing 747 equipado com laser mostraram que os sistemas de bordo podem realizar todos os passos necessários para interceptar um míssil balístico, disse na sexta-feira o Departamento de Defesa dos EUA. O brigadeiro Henry Obering, chefe da Agência de Defesa Antimísseis do Pentágono, disse que os testes preliminares, de baixa potência, concluídos em 23 de agosto foram "um marco criticamente importante" para o programa de Laser Aerotransportado (ABL, na sigla em inglês), que tem um custo de 3,8 bilhões de dólares. O Pentágono ainda está pleiteando a verba total do programa. A Comissão de Orçamento da Câmara aprovou em julho uma redução de 50 milhões de dólares no pedido de 549 milhões feito pelo presidente George W. Bush para o ano fiscal de 2008, que começa em 1o de outubro. O ABL seria o primeiro avião de combate a ter exclusivamente armas a laser. Parte de um escudo antimísseis que os EUA estão desenvolvendo, esse Boeing teria como alvos os mísseis ainda em sua fase de impulso, nos primeiros minutos de vôo, quando são mais vulneráveis. Os EUA estão construindo o escudo para a proteção contra mísseis eventualmente disparados por países como Coréia do Norte e Irã e que possam levar ogivas nucleares, químicas ou biológicas. A Boeing obteve em 1996 o contrato para o desenvolvimento do ABL. O Northrop Grumman Corp. está construindo o laser de alta potência. A Lockheed Martin Corp. fornece os sistemas de controle de feixes e o controle de disparos. Os militares dos EUA esperam adquirir mais oito aviões tipo 747-700 ("jumbo") modificados para a missão ABL. A primeira delas seria uma "ponte" para sete modelos de produção, a um custo médio unitário de 1,5 bilhão de dólares. Durante os testes com o laser de baixa potência, o protótipo ABL disparou seus lasers mais de 200 vezes, segundo a Agência de Defesa Antimísseis. "Análises dos dados verificaram que a performance do ABL é adequada para entrar na próxima fase do programa", disse a agência. Os esforços agora se voltam para a instalação de um laser químico de oxigênio-iodo, de alta energia, da classe de um megawatt, produzido pela Northrop. Um teste crucial de interceptação contra uma simulação de míssil balístico inimigo está marcado para meados de 2009.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.