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Marinha dos EUA alveja pesqueiro perto dos Emirados e 1 morre

Por AMENA BAKR E PHIL STEWART
Atualização:

Uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas nesta segunda-feira quando um barco pesqueiro foi alvejado ao se aproximar de uma embarcação da Marinha norte-americana, disseram autoridades, sem citar qualquer suspeita de terrorismo ou envolvimento do Irã. O incidente ainda tem detalhes obscuros, como o que levou o barco a motor a se aproximar da embarcação de reabastecimento, o USNS Rappahannock, apesar dos repetidos alertas para parar e de um disparo de advertência de uma metralhadora calibre .50. Mesmo barcos pequenos em comparação aos navios da Marinha dos Estados Unidos podem representar um perigo. Em 2000, militantes suicidas atiraram um barco cheio de explosivos contra o USS Cole, abrindo um enorme buraco no seu casco e matando 17 militares. O incidente também mostra como qualquer confronto pode rapidamente se tornar letal no golfo Pérsico, onde as tensões com o Irã levaram os Estados Unidos e seus aliados a ampliar sua presença militar. Os mortos e feridos no incidente desta segunda-feira não são iranianos, e não se descarta que tudo tenha sido um mero mal-entendido. A agência estatal de notícias dos Emirados Árabes Unidos disse, citando uma fonte do governo, que os mortos e feridos são cidadãos indianos. O incidente ocorreu perto do porto de Jebel Ali, nos Emirados Árabes, segundo o Comando Central dos Estados Unidos. "A tripulação norte-americana repetidamente tentou alertar os operadores do barco a se afastarem da sua abordagem deliberada", disse a agência, acrescentando que o incidente está sob investigação. Nos últimos meses, os Estados Unidos mobilizaram caças adicionais e instalaram uma base naval flutuante na região, além de duplicarem o número de navios caça-minas. O Irã renovou no domingo sua ameaça de fechar o estreito de Hormuz, pelo qual passa 40 por cento do petróleo transportado por via marítima no mundo, caso as sanções internacionais contra o seu programa nuclear não sejam suspensas. Logo antes de ser divulgada a notícia do incidente naval, o Pentágono anunciou o envio ao Oriente Médio de um segundo porta-aviões, o USS John C. Stennis, quatro meses antes do prazo previsto. O porta-voz George Little foi vago sobre as motivações para isso, atribuindo-o a uma "ampla gama de interesses de segurança dos Estados Unidos na região". "Não é uma decisão baseada exclusivamente no desafio representado pelo Irã", afirmou. (Reportagem de Phil Stewart)

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