30 de agosto de 2010 | 20h14
"Estamos numa espera climática agora", disse o almirante reformado da Guarda Costeira Thad Allen, lembrando que há ondas de 1,8 a 2,4 metros no local do poço Macondo, na costa da Louisiana.
Allen falou por telefone a jornalistas de uma plataforma onde aguarda a retomada da perfuração de um poço auxiliar, que interceptará o poço Macondo e tampará definitivamente o vazamento que começou em 20 de abril e durou até meados de julho.
O prosseguimento da operação depende da substituição da válvula acidentada por outra peça, segundo Allen. Ele acrescentou que o mau tempo deve durar dois ou três dias, de modo que a substituição da válvula ficará para o fim da semana, e não mais para terça ou quarta-feira, conforme previsto inicialmente.
Ele disse que a operação "estava pronta para acabar logo depois do Dia do Trabalho", 6 de setembro, mas que "obviamente isso irá alterar" a data. "Se por alguma razão o tempo der trégua, vamos imediatamente", afirmou.
Allen explicou que o mau tempo não tem relação com os sistemas tropicais que se deslocam na segunda-feira pelo Atlântico, sem ameaçar o golfo do México.
A válvula colocada na boca do poço, 1.600 metros abaixo da superfície, é crucial nas investigações civis e criminais sobre o acidente de 20 de abril, quando uma explosão numa plataforma de petróleo matou 11 pessoas e deu origem ao pior vazamento submarino da história.
A troca serve não só para preservar a peça, mas também para que o poço tenha uma válvula em funcionamento para "segurar" a pressão que pode ocorrer quando os técnicos, usando o poço auxiliar, jogarem lama e cimento no fundo do poço Macondo, 4.000 metros abaixo do leito marinho, a fim de "sufocar" o reservatório, segundo Allen.
Ele afirmou na segunda-feira que o mar agitado atrapalha a retirada da peça, porque a plataforma oscila para cima e para baixo, fazendo com que o cano que ergue o equipamento chacoalhe de um lado para outro, como um pêndulo.
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