26 de agosto de 2007 | 06h37
O cineasta americano Michael Moore afirmou que as emissoras de TV dos Estados Unidos são "de um certo modo mais responsáveis" pela Guerra do Iraque do que o própriopresidente George W. Bush. Moore, que está em Sarajevo para o lançamento de "SiCKO", seu novo filme, não poupou a imprensa americana de críticas com relação ao conflito no Iraque. "Bush não sabia proceder de maneira melhor e possivelmente não seja muito lúcido, mas a imprensa sabe o que faz. O problema é que ela tinha medo de fazer as perguntas certas sobre as armas de destruição em massa no Iraque", afirmou Moore. "Elas ajudaram o presidente Bush a mentir para o povo americano, não fizeram perguntas difíceis, são cúmplices de Bush", disse Moore em referência às emissoras de TV americanas. O diretor de cinema, conhecido como um crítico da sociedade moderna nos EUA, assegurou que "quase 80%" de seus compatriotas "não sabem onde está o Iraque no mapa". "Pelo menos deveria existir uma lei que obrigasse alguém a saber onde um país está antes de lançar uma invasão contra ele", comentou. Em "SiCKO", Michael Moore pretende mostrar as deficiências do sistema de saúde americano. O filme foi recebido com fortes aplausos na capital da Bósnia-Herzegovina. O cineasta qualificou de "fato lamentável" que nos EUA 18 mil pessoas morram todos os anos porque não possuem proteção médica. "Neste filme, a verdadeira questão não é nosso sistema de saúde, mas quem somos nós, os americanos, e por que nos comportamos como nos comportamos", disse. Moore afirmou ainda que a cada dia encontra mais problemas nos Estados Unidos por causa de sua postura crítica, e disse que chegou a receber ameaças. O cineasta comentou que pouco antes de viajar a Sarajevo a Polícia teve de aumentar a segurança em torno da casa em que vive com sua esposa.
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