24 de junho de 2014 | 20h57
O Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês), que tomou em 10 de junho a cidade de Mossul, a mais importante do norte iraquiano, e que desde então seguiu adiante sem encontrar obstáculos rumo à capital Bagdá, está em seu momento de maior força “em anos”, afirmou a autoridade, que falou sob condição de anonimato por estar discutindo informações confidenciais.
A fonte de inteligência disse que o Isil arrisca dar um passo maior que a perna caso se expanda muito rápido, mas que o grupo está repleto de dinheiro e armas depois de saquear equipamentos militares na Síria e no Iraque e levantar fundos com sequestros, roubos, contrabando e esquemas de extorsão, incluindo a imposição de um “imposto de circulação” em Mossul.
Mas o funcionário questionou reportagens da mídia segundo as quais a renda do Isil chega a centenas de milhões de dólares, destacando que a sua ocupação de Mossul significou “milhões” de dólares.
O Isil reforçou a sua capacidade de ocupar e manter territórios fazendo alianças com líderes religiosos e tribos sunitas locais e alistando moradores para suas fileiras, disse a fonte.
Mas algumas alianças locais se mostram frágeis. O grupo já sofreu um revés na Síria com suas políticas de violência às vezes indiscriminada, levando à denúncia do restante da liderança central da Al Qaeda, que se desligou do Isil e proclamou o grupo rival Jabhat al-Nusrah como seu afiliado oficial na Síria.
A investida súbita no norte iraquiano de grupos armados, liderados pelo Isil, que deseja aniquilar os xiitas, deixou o governo de Bagdá, liderado por xiitas, em dificuldade para armar uma contra-ofensiva eficaz.
Os combatentes do Isil receberam o apoio crucial de tribos sunitas que outrora lutaram aguerridamente contra eles, um sinal da alienação generalizada dos sunitas de Bagdá desde o fim da ocupação dos Estados Unidos.
Agências de inteligência dos EUA estimam que o Isil tenha um total de 10 mil combatentes em ação, sendo entre 3 mil e 5 mil no Iraque e o restante na Síria.
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