07 de julho de 2014 | 08h51
Shevardnadze desempenhou um papel vital no fim da Guerra Fria, quando era ministro de Relações Exteriores da União Soviética, e depois governou a Geórgia nos primeiros anos turbulentos da independência até ser deposto após protestos de rua.
O último presidente soviético, Mikhail Gorbachev, lamentou a morte do amigo, definido-o como "uma pessoa extraordinária, talentosa" que fez muito para derrubar o Muro de Berlim e pôr fim à corrida nuclear.
"Ele foi sempre rápido para achar um meio de se conectar com diferentes pessoas --com jovens e a velha geração. Ele tinha um caráter brilhante, um temperamento georgiano", disse ele, referindo-se à natureza emotiva de Shevardnadze.
O presidente russo, Vladimir Putin, enviou condolências para a "família, bem como ao povo georgiano".
Shevardnadze era tanto amado como odiado em seu país depois de ter trazido estabilidade para a região, mas fracassar ao conter a corrupção generalizada no país. Nos últimos anos ele raramente deixava sua casa numa região montanhosa.
Como chanceler no governo de Gorbachev, Shevardnadze esteve à frente do degelo nas relações com o Ocidente antes da queda do Muro de Berlim e da dissolução da União Soviética.
Ele foi um dos pais intelectuais da perestroika, a reforma que Gorbachev diz ter sido concebida durante uma caminhada pelas margens do Mar Negro com seu camarada georgiano.
Depois do colapso da União Soviética, Shevardnadze retornou à Geórgia, se tornou presidente e trouxe estabilidade para a república após um período de anarquia, quando manifestantes empunhando Kalashnivoks rondavam as ruas do país.
Ele foi deposto em 2003, na Revolução das Rosas, depois que o Parlamento foi invadido por manifestantes.
(Reportagem adicional de Alexei Anishchuk)
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