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Negros americanos tentam transformar efeito Obama em vida melhor

Por ALYCE HINTON
Atualização:

Os trabalhadores negros norte-americanos estão buscando uma forma de transformar seu orgulho pelo presidente Barack Obama em ganhos palpáveis para uma minoria racial que frequentemente está defasada em relação ao resto do país. Organizações comunitárias em cidades dos EUA oferecem apoio para pessoas com baixa renda através de refeitórios populares, educação básica, emprego, abrigos para sem-teto e serviços para mulheres e crianças. O papel de tais entidades ganhou notoriedade durante a eleição presidencial de 2008, porque Obama fez referências frequentes a seu trabalho anterior como organizador comunitário em Chicago e argumentou que esse ofício deu a ele discernimento sobre as preocupações dos norte-americanos pobres. Muitos trabalhadores comunitários dizem que a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos oferece uma oportunidade única, mas também um desafio: como transformar o otimismo gerado por seu exemplo em algo maior do que algumas histórias positivas. A questão ficou mais difícil devido à pior recessão dos EUA em décadas. Pesquisadores dizem que a crise afeta mais aos negros, pois eles têm menos bens, maior nível de desemprego e rendas mais baixas do que a media nacional. Esse fato aumentou a demanda por serviços em várias entidades que atendem afro-americanos, mas também intensificou o problema dos recursos disponíveis. Entrevistas com líderes de grupos comunitários em cidades norte-americanas mostraram opiniões distintas à questão de se o governo de Obama está fazendo alguma diferença em seus trabalhos. O empresário Frederick Moore, que financiou um abrigo para 20 moradores sem-teto na Grande Chicago, afirmou que a eleição de Obama justificou seu empenho inicial e o fez dedicar-se novamente a um projeto iniciado anos antes. "Meu potencial empresarial foi aceso... pela nova administração", afirmou Moore ao falar sobre o abrigo em Hammond, Indiana. Norte-americanos negros formam cerca de 13 por cento da população do país, mas estão na base da pirâmide nos índices sociais, incluindo taxa de mortalidade, renda média e saúde. A maior parte dessas disparidade foram arraigadas em uma história que inclui escravidão e a segregação racial no Sul do país e que gerou movimentos dos direitos civis. O simbolismo da Presidência de Obama está fazendo diferença para os jovens em um programa de desenvolvimento em Washington, afirmou Davidra Bazemore, que criou o programa após se formar na faculdade em 2006. Ela afirmou que uma gestante de 15 anos e seu parceiro, de 17, se dedicaram novamente a ler e escrever, em grande parte, por causa de Obama. "Esse casal está muito cativado com o que os Obamas representam e com o fato de os Obamas terem duas pequenas filhas que parecem com esse casal."

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