Número 2 dos republicanos na Câmara dos Deputados perde primária e promete renunciar

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Por RICHARD COWAN E SUSAN CORNWELL
Atualização:

A derrota inesperada em eleições primárias de Eric Cantor, o segundo republicano mais importante na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, deixou o seu partido em pânico nesta quarta-feira, enquanto os mercados financeiros temiam a retomada das disputas orçamentárias que no passado causaram o fechamento do governo. Cantor, que era líder da maioria republicana na Câmara desde 2011, perdeu a votação de terça-feira de forma inesperada para o professor de economia David Brat, ativista do movimento Tea Party que quer reduzir os gastos estatais e os impostos e defende um governo mais enxuto. A derrota põe fim à busca de um oitavo mandato para Cantor e encerra de forma abrupta sua carreira como estrela em ascensão de olho na vaga de presidente da Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos. Em entrevista coletiva à imprensa após um encontro a portas fechadas com seus colegas republicanos, Cantor declarou que irá renunciar à liderança do partido em 31 de julho. Cantor disse que irá apoiar o congressista Kevin McCarthy, da Califórnia, como seu substituto, caso o colega queira o posto. Cantor e McCarthy eram aliados próximos e muitas vezes tiveram que tentar conter as exigências do Tea Party. O congressista Pete Sessions, do Texas, que preside o Comitê de Regulamentos da Câmara, disse a repórteres que irá concorrer à liderança da maioria na casa. McCarthy e Sessions têm um histórico de votos conservadores. A eleição será em 19 de junho. Tentando sanar as divisões que assolaram os republicanos da Câmara nos últimos três anos, Cantor disse: “As diferenças que podemos ter são pequenas e empalidecem em comparação com as diferenças que temos com a esquerda”. O Capitólio foi agitado pelas especulações a respeito da possibilidade de a vitória do Tea Party em Richmond, distrito da Virgínia e reduto de Cantor, poder levar Washington aos duelos partidários de 2011, 2012 e 2013 em torno dos déficits do orçamento e do tamanho da máquina governamental. Analistas dos mercados financeiros temem uma interrupção da relativa calmaria política que prevalece desde o acordo orçamentário de dezembro de 2013. Para os democratas, a tormenta foi um sopro de ar fresco após uma série de eventos politicamente danosos que vinham preocupando Washington a menos de cinco meses das eleições parlamentares. A legenda, que tenta manter o controle do Senado no pleito de novembro, foi abalada pelo escândalo da incapacidade governamental de oferecer tratamento médico a veteranos de guerra e da decisão do presidente, Barack Obama, de trocar cinco prisioneiros do Taliban por um militar norte-americano refém no Afeganistão. O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, deve continuar no seu cargo ao longo deste ano e buscar a reeleição em 2015 se os republicanos mantiveram a maioria na Câmara, como esperado, na votação de novembro.

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