Visão aérea do Centro Correcional Thomson, a 240 quilômetros de Chicago. Charles Rex Arbogast/AP
WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, confirmou que o governo americano comprará uma prisão no estado de Illinois para abrigar alguns dos detidos por terrorismo que estão na base militar de Guantánamo, em Cuba, confirmou a Casa Branca por meio de um comunicado divulgado nesta terça-feira, 15.
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A carta, assinada pela secretária de Estado, Hillary Clinton, e pelo secretário de Defesa, Robert Gates, deixa claro que o presidente "não tem nenhuma intenção de libertar os presos em solo americano" e explica que isso não seria possível devido à legislação dos EUA. O documento é direcionado ao governador de Illinois, Pat Quinn.
Na edição desta terça, o jornal americano The New York Times havia antecipado a decisão do presidente citando uma fonte não identificada do governo.
Obama ordenou a aquisição, pelo governo, do Centro Correcional Thomson, presídio de segurança máxima subutilizado, numa área rural a cerca de 240 quilômetros a oeste de Chicago. Segundo o governador, o acordo pode gerar 2 mil empregos e injetar US$ 2 bilhões em investimentos federais na área.
De acordo com a carta, "departamentos e agências federais, incluindo os Departamentos de Segurança Interna, de Justiça e de Defesa, trabalharão juntos com o Estado e com autoridades locais para identificar e neutralizar quaisquer riscos" na prisão.
Segundo Obama, a prisão foi comprada para "abrigar um número limitado de prisioneiros de Guantánamo", assim como outros presos federais. "Isso não apenas ajudará a solucionar o problema de superlotação de nossas prisões federais como também vai nos ajudar com o objetivo de fechar o centro de detenção em Guantánamo de uma maneira rápida, segura e legal", diz a carta.
Apenas dois dias depois de tomar posse, Obama prometeu fechar o Campo de Guantánamo dentro de um ano, mas no mês passado anunciou que o prazo seria ampliado, segundo a agência BBC.
Atualmente, o complexo de Guantánamo abriga 210 prisioneiros, 31 a menos do que quando Obama chegou à presidência. O governo negocia com alguns países que mostraram-se dispostos a receber alguns dos detidos para retirá-los da base cubana.
De acordo com a agência AFP, não ficou claro, porém, quantos dos 210 prisioneiros que ainda estão na base serão transferidos para o novo presídio. Segundo Gates, 116 deles podem ser extraditados para seus países de origem ou outras nações. Além disso, alguns ainda devem ser julgados.
(Com informações das agências Associated Press e Reuters)