O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou nesta quarta-feira, 18, na Coreia do Sul para uma visita que deve se concentrar no programa nuclear bélico norte-coreano e em um acordo de livre comércio paralisado por um impasse entre Washington e Seul.
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O programa nuclear norte-coreano será o tema principal durante a reunião entre os dois presidentes, que já se encontraram em abril, em Londres, durante a cúpula Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes), e em junho, em Washington, quando Lee fez uma visita oficial aos Estados Unidos. Obama e Lee devem falar sobre o "grande pacto" proposto pelo presidente sul-coreano para conseguir o desmantelamento nuclear completo da Coreia do Norte em troca de garantias de segurança e incentivos econômicos.
A Coreia do Norte testou o governo Obama este ano ao promover uma série de testes de mísseis, um segundo teste nuclear e diversas ações hostis contra a Coreia do Sul, aliada de Washington. Pyongyang abandonou a mesa de negociações em abril e recentemente exigiu um diálogo bilateral com os Estados Unidos, que preferem o envolvimento de outros países nos debates.
Os EUA mantêm 28.500 soldados na Coreia do Sul, a maior parte deles na tensa região de fronteira com a Coreia do Norte. A expectativa é de que Obama dirija-se a esses soldados nesta quinta, antes de retornar aos EUA. As decisões tomadas pela Coreia do Sul de expandir sua missão humanitária no Afeganistão e de enviar soldados para proteger seus agentes também estarão na pauta do encontro entre Obama e Lee.
Mas Seul tem demonstrado impaciência com relação aos esforços americanos para renegociar partes de um acordo de livre comércio assinado há quase dois anos e meio, mas ainda à espera de ratificação para entrar em vigor. "Nós esperamos que o presidente Obama manifeste uma posição mais agressiva sobre o tratado de livre comércio e demonstre que está trabalhando com este fim", disse uma porta-voz de Lee este mês.
Ainda candidato à presidência, Obama criticou o acordo de livre comércio selado por seu antecessor, George W. Bush, em junho de 2007. A partir de sua posse, em janeiro último, o governo Obama manifestou o desejo de alterar o tratado para que a Coreia do Sul abra-se mais para os exportadores americanos de carne e automóveis.
Seul opõe-se à renegociação daquele que seria o maior tratado de livre comércio selado pelos EUA deste o Nafta (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio), de 1994. Obama afirma estar comprometido com o acordo, mas ainda não há nenhum cronograma para a ratificação do documento por parte dos EUA.
A Coreia do Sul é a última etapa da viagem pela Ásia do presidente americano, que o levou antes ao Japão, Cingapura e China. Essa é também a primeira visita de Obama ao país asiático desde que assumiu a Presidência dos Estados Unidos, em janeiro.
Protestos
No mesmo dia em que Obama chegou a Seul, grupos de ativistas sul-coreanos realizaram manifestações contra o envio de tropas ao Afeganistão. Segundo a agência Yonhap, mais de 60 organizações se uniram em um protesto em frente à Embaixada dos EUA na Coreia do Sul.
A polícia anti-distúrbios foi acionada pelas autoridades para conter os protestos. Alguns manifestantes foram presos, mas não há informações sobre quantos foram detidos nem sobre feridos.