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Obama defende reforma na saúde e critica custos de planos

Se aprovadas, mudanças podem estender cobertura a 97% da população até 2019, diz presidente americano

Por André Lachini e da Agência Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu na noite desta quarta-feira, 22, em entrevista coletiva, a reforma que ele propõe para o sistema de saúde, a qual deverá, se aprovada e bem sucedida, estender a cobertura de saúde para 97% da população norte-americana até 2019, segundo projeções. Obama relacionou os custos explosivos dos planos de saúde Medicare e Medicaid ao déficit do orçamento, que ultrapassou US$ 1,3 bilhão no atual ano fiscal, que acaba no fim de setembro.

 

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Em 2008, o governo americano gastou US$ 2,3 trilhões na saúde, segundo dados da emissora CNN. Obama disse que o déficit continuará a crescer se os custos do Medicare e do Medicaid não forem contidos. Segundo Obama, "nós vamos passar a reforma do sistema de saúde neste ano". O presidente americano pressiona o Congresso para que vote a reforma antes do recesso de agosto.

 

"Isto não é apenas sobre os 47 milhões de norte-americanos que não têm cobertura de saúde", disse Obama no discurso de abertura da coletiva. "A reforma diz respeito a cada americano que tem medo de perder sua cobertura de saúde se ficar muito doente, ou perder seu emprego, ou mudar de emprego. Diz respeito a cada pequena empresa que foi forçada a demitir empregados ou cortar as coberturas de saúde dos funcionários porque elas ficaram muito caras. E diz respeito ao fato de que a grande força que está por trás do nosso déficit federal é o custo astronômico dos programas Medicare e Medicaid", disse o presidente americano.

 

Entre as propostas prevista na reforma, as empresas de saúde não poderão expulsar segurados dos planos se eles ficarem muito doentes. Segurados também não poderão mais ser expulsos dos planos com alegações das empresas de que eles tinham doenças antes de aderirem aos seguros.

 

O plano de Obama também prevê a criação de uma empresa seguradora de saúde do governo, que concorrerá com as empresas privadas. Uma das proposta é aumentar os impostos entre 1% e 5,4% sobre a renda dos americanos mais ricos para financiar o sistema, mas o presidente se disse aberto a outras sugestões para levantar dinheiro. A proposta ainda prevê multas de 2,5% sobre os salários dos indivíduos que não tiverem nenhum plano de saúde ou sobre o faturamento das empresas que não oferecerem planos de saúde aos empregados.

 

O Medicare e Medicaid formam o sistema de seguro-saúde dos EUA. Os programas oferecem cobertura aos aposentados e às pessoas de baixa renda, cerca de 90 milhões de americanos, e consomem grande parte do orçamento do departamento da Saúde.

 

(Com AP e Dow Jones)

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