19 de março de 2011 | 15h11
Mas, segundo o relato de um ministro que pediu para não ter seu nome revelado, Obama explicou que para os Estados Unidos é difícil deixar sua posição explícita nesse tema.
"Ele comentou que quando apoia o pleito de algum país ganha um amigo, mas também adquire outros inimigos. Ele falou isso pra explicar como é difícil para os Estados Unidos defenderem sua posição publicamente", disse o ministro à Reuters.
Durante a declaração à imprensa, Dilma foi enfática ao defender a reforma do Conselho e disse que o Brasil está preparado para ocupar uma vaga permanente.
"Não nos move o interesse menor pela ocupação burocrática de espaços da representação, o que nos mobiliza é a certeza de que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e harmonia entre os povos", justificou.
No comunicado conjunto dos dois presidentes, eles também manifestaram a necessidade de reforma no conselho de segurança para "responder aos desafios do Século 21".
"(Os presidentes) expressaram seu apoio a uma expansão limitada do Conselho de Segurança que aprimore suas efetividade e eficiência, bem como sua representatividade. O presidente Obama manifestou seu apreço à aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do conselho", diz o comunicado.
Mas ao mesmo tempo em que busca uma reforma no Conselho de Segurança e o apoio dos EUA para sua demanda de ter uma vaga como membro permanente, o Brasil mais uma vez foi em direção diferente da norte-americana numa votação do órgão da ONU.
Na sexta-feira, o Brasil se absteve na votação da resolução que autorizou uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e "todas as medidas necessárias" para proteger os civis contra as forças do líder líbio Muammar Gaddafi.
No encontro com Obama, Dilma disse que "nem sempre a ação militar é o melhor caminho". Segundo relato do ministro à Reuters, foi a presidente quem tomou a iniciativa de tratar do assunto, reforçando que o Brasil sempre defende a paz em lugar da guerra, e ponderou a alternativa do diálogo.
Em sua declaração pública, após o encontro com Dilma, Obama reafirmou a posição norte-americana sobre o assunto.
"O povo da Líbia precisa ser protegido e, na ausência de um fim imediato à violência contra civis, nossa coalizão está preparada para agir, e agir com urgência."
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