Obama enfrenta críticas por possível nomeação de Hagel para Pentágono

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Por MATT S
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Grupos pró-Israel, neoconservadores e até alguns ex-colegas do Congresso estão questionando o presidente dos EUA, Barack Obama, por causa da sua suposta intenção de nomear o ex-senador republicano Chuck Hagel para comandar o Departamento de Defesa. Assessores de Obama não dão sinais de que o nome de Hagel tenha sido descartado, embora vários líderes judaicos dos EUA tenham reservadamente se queixado das opiniões dele, principalmente a respeito de Israel e Irã, durante uma festa de Hanukkah realizada na semana passada na Casa Branca, segundo um dos participantes. Mas o que ficou claro nos últimos dias é que o presidente, um democrata, terá de encarar uma briga pela confirmação do novo secretário no Congresso caso opte pelo ex-senador de Nebraska, considerado um republicano moderado. A Casa Branca está preparando um grande realinhamento da equipe de segurança nacional de Obama, possivelmente até o final desta semana, segundo fontes familiarizadas com o processo. O atual chefe do Pentágono, Leon Panetta, já anunciou a decisão de não participar do segundo mandato de Obama, que começa em janeiro. Mas o anúncio dos novos nomeados pode ser retardado por causa das complicadas negociações do Executivo com parlamentares republicanos acerca de como evitar o "abismo fiscal". Isso daria aos opositores de Hagel mais tempo para mobilizar um movimento contra a indicação dele, publicamente ou nos bastidores. Mas mesmo esse grupo duvida que seja capaz de impedir a nomeação. O próprio Obama tem sido questionado por judeus norte-americanos a respeito da sua relação com Israel -- um aliado histórico, mas que vive um momento de relações tensas com Washington. A indicação de Hagel, nesse contexto, poderia ser um risco para o presidente. "Essa é uma nomeação que pode ser tóxica em algum grau para a Casa Branca", disse um assessor de política externa de um senador republicano. "Será que eles realmente querem isso nos primeiros meses do segundo mandato?". Alguns dos principais apoiadores de Israel nos EUA argumentam que Hagel, que deixou o Senado em 2008, eventualmente se opunha aos interesses israelenses, votando várias vezes contra sanções dos EUA ao Irã, além de ter feito comentários depreciativos sobre o que chamou de "lobby judeu" em Washington. Mais recentemente, ele estimulou Obama a estabelecer negociações com o grupo islâmico palestino Hamas, inimigo jurado de Israel. (Reportagem de Susan Cornwell)

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